Alunos da Ufrgs visitarão propriedades da região

Desenvolvimento rural. Visita tem como objetivo mostrar trabalho desenvolvido por técnicos da Emater no Vale

Graduandos dos cursos de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) estarão sábado, junto com os professores Alberto Bracagioli Neto e Flávia Charão Marques, em São José do Sul para conhecer o trabalho de extensão rural desenvolvido pelo escritório da Emater-RS/Ascar na região. Os 40 alunos matriculados na cadeira de Extensão Rural e Desenvolvimento Rural terão uma aula prática sobre a importância deste trabalho.

Pela manhã, estudantes e professores irão visitar a agroindústria Herbon e também a propriedade de Antônio Ademir Carlotto, ambas em São José do Sul. À tarde, ocorre visitação à propriedade de Luiz Laux, em Montenegro. De acordo com a chefe do escritório municipal da Emater de São José do Sul, Rogéria Flores, o foco da visita é trabalhar com os alunos da Agronomia e Zootecnia os princípios da extensão rural e a relação com o desenvolvimento rural local.

Segundo Rogéria, na visita, os alunos poderão observar os impactos da assistência técnica e extensão rural nas famílias de agricultores, promovendo a geração de renda, inclusão dos idosos no mercado, participação cidadã dos agricultores, sucessão familiar, inclusão social e produtiva, produção orgânica, sustentabilidade, acesso às políticas públicas, organização rural, segurança e soberania, agroindustrialização dos alimentos e certificação solidária.

Além da chefe do escritório, a Emater em São José do Sul conta ainda com o extensionista Pedro Augusto Veit. Juntos, os dois atendem a mais de 280 famílias no município. De acordo com Rogéria, a visita aos produtores foi mediada pelos professores da universidade federal e o escritório regional de Lajeado da entidade. Ela destaca que a visita servirá para os alunos observarem e vivenciarem em campo o que é ensinado na sala de aula.

Auxílio da Emater mudou a vida de produtor
Morador de Uricana, no interior de São José do Sul, Antônio Ademir Carlotto, 58 anos, produz em sua propriedade morangos, citros, pêssegos, ameixa, verduras e outras diversas variedades de frutas e verduras. Porém, até 2013, o cenário era diferente. Ele já possuia as terras, mas não cultivava nada. “Eu trabalhava fora, como diarista. Trabalhava de dia para comer de noite”, conta.

Com auxílio da Emater, o produtor passou a desenvolver sua propriedade. Ele observa que não sabia que tinha condições de manter sua própria produção e buscou auxílio da entidade filantrópica. “A Emater veio e abriu meus caminhos”, garante. Hoje, nos seus quatro hectares de terra, Carlotto possui quatro estufas onde produz morangos que são vendidos em feiras na Capital, fornece alimentos para a merenda escolar e até mesmo participa de projeto com plantas experimentais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Eu coloco assim: o colono pequeno, sem a Emater, não é ninguém”, aponta o agricultor. Para Carlotto, o apoio da instituição que auxilia os agricultores familiares é fundamental no crescimento dos pequenos produtores. “A gente consegue, com a qualificação deles, aumentar a produção com a mesma mão de obra. A gente consegue vencer”, destaca.

Mais do que ajudar os agricultores, a Emater também os une. Segundo Carlotto, a Associação dos Produtores Orgânicos de São José do Sul conta com o apoio da Emater para criar uma agroindústria. Apesar de ainda não estar decidido se o grupo irá produzir geleias, sucos ou aipim descascado e congelado, a entidade já trouxe um especialista no assunto para conversar com os envolvidos.

Como forma de retribuir esse apoio, o agricultor conta que já esteve no Palácio Piratini defendendo a manutenção do caráter filantrópico da Emater. “Conseguimos garantir a filantropia até 2020 e isso trouxe uma garantia para a gente trabalhar sossegado”, comenta.

Agroindústria vende embutidos desde 2011 e passa por ampliação

Herbon nasceu pelo apoio da entidade
Uma das primeiras agroindústrias do Estado a receber o selo do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), a Herbon não existiria se não fosse o trabalho da Emater em São José do Sul. Uma das integrantes do empreendimento de embutidos, Aline Gauer, 31 anos, lembra que, antes de dar início à agroindústria, eles procuraram a instituição. “Foi a Emater que mostrou todos os caminhos. Só temos a agradecer”, afirma.

Hoje, quase seis anos após a inauguração, a Herbon está ampliando a área do varejo da agroindústria para ter balcões expositores e permitir que o cliente veja a carne antes do corte e segue contando com o auxílio da entidade para crescer cada vez mais. “Eles estão sempre à disposição para encaminhar projetos de ampliação, aquisição de veículo e até mesmo com a divulgação do produto”, ressalta Aline.

Localizada em Linha Bonita Alta, a Herbon conta com oito integrantes da família trabalhando, além de oito ajudantes da região. “Pai, mãe, sogro, sogra, esposo e irmãos trabalham juntos”, reforça Aline. A empreendedora entende que a Emater é fundamental para os agricultores. “Seja no preparo da terra, no que é ideal para cada região, em como tratar qualquer problema. Eles ainda fornecem cursos de capacitação em muitas áreas e realmente estão à disposição para ajudar”, analisa.

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