Falta de comunicação entre empresa e passageiros, segurança prejudicada, reajusto tarifários e serviço precários foram pontos de discussão em reunião realizada na noite desta segunda-feira, 29, na Câmara de Vereadores. O assunto foi proposto pela vereadora Josi Paz, através de pedido dos alunos que utilizam a linha universitária da Viação Montenegro SA (Vimsa) para a Unisinos.
O tema foi discutido na presença de alunos que utilizam o transporte, do gerente operacional da Viação Montenegro (Vimsa), Julio Hoerlle, da secretária municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Cristiane Gehrke, além da vereadora proponente. Segundo os estudantes, a mudança realizada pela empresa no dia 1° de julho faltou com o respeito e prejudicou todos os usuários.
“Essa linha vem a anos tendo reduções e nós como estudantes estamos sendo mal atendidos pela rede. Quando estávamos tendo as provas nós ficamos sabendo da modificação da linha através dos motoristas, porque não houve nenhum informativo no ônibus e nada foi nos comunicado”, diz a aluna Larissa Schneider.
Também usuários da linha, João Vitor Santos destaca a falta de respeito da Viação com os clientes. “Andei em vários ônibus, em diversos horários, e nunca vi um aviso sequer sobre a mudança. Ligava para Viação e ninguém sabia dar informações ao certo. Cheguei a falar com a gerência, que também não tinha detalhes do que precisava saber”, relata.
Em resposta o gerente operacional da Viação Montenegro (Vimsa), Julio Hoerlle, comenta que reuniu os motoristas 20 dias antes da mudança, mostrando roteiros e horários, além de ter entregado cartazes para os motoristas colocarem nos veículos. “É uma situação difícil organizar isso no dia a dia. Peço desculpas se eles falharam, mas vou de novo ver sobre isso”, diz Hoerlle.
O gerente ainda destacou demandas de passageiros dos semestres anteriores. “Por exemplo, em fevereiro de 2019 foram 377 passageiros para 24 viagens, ou seja, 15,7 passageiros por viagem, já em março 1.679 passageiros para 114 viagens, sendo 14,72 passageiros por viagem. O ponto de equilíbrio da receita é 31,2”, fala. De acordo com ele, a situação se encontra assim desde 2003. “Nós não temos condições financeiras de manter a estrutura que estava operando, precisamos até reduzir a qualidade do veículo”, diz Julio Horlle.
Ao término do encontro os estudantes apresentaram propostas para a linha, como certos horários não passarem pelo centro e o ônibus não passar pelo trem, porém o gerente deixou claro que não seria possível tais mudanças. Já a secretária municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Cristiane Gehrke, disse que o Executivo irá estudar propostas para ajudar os montenegrinos.
“O transporte universitário é uma ajuda a mais que a administração municipal está atuando, porque nos princípios de quais são as obrigações, o município tem obrigação com o ensino fundamental, já o ensino médio e as universidades são obrigações do Estado”, relata Cristiane. Ainda de acordo com a secretária uma ajuda viável a esses alunos é se inscreverem em um chamamento público que será lançado no Jornal nesta terça-feira, 30, em que empresas de transportes se inscreveram e poderão ter o subsídio de 25% a 50% de ajuda de custo.