Comunidade Santo Alberto Magno passa por primeira obra geral depois de quase 63 anos
Tinta desbotando, janelas quebradas, concreto danificado e calçadas quebradas. Esses são alguns dos problemas que ainda persistem na comunidade Santo Alberto Magno, na localidade de Alfama, interior de Montenegro. Quem olha de fora pode perceber as imperfeições do templo, mas não consegue imaginar a fé daqueles que o frequentam e seguem lutando para manter o local. Para isso, o grupo necessita da contribuição dos montenegrinos nessa causa.
Fundada em dezembro de 1957, a comunidade da Paróquia Catedral São João Batista, já presenciou grandes festas, matrimônios e batizados, mas está desde dezembro sem celebrações. Isso porque foi necessário trocar todo o telhado da igreja. “O telhado era todo de madeira e já estava caindo, aí ou a gente deixava cair ou começava a obra. Fomos obrigados a começar”, explica a integrante da diretoria da comunidade católica, Lori Kranz.
O telhado estava tomado de cupins, e quando chovia sempre havia goteiras no local. A obra foi finalizada há cerca de dois meses, mas ainda é preciso pagar uma parte e finalizar outros serviços. Segundo o coordenador da comunidade local, Raine Kranz, a igreja iniciou o projeto com R$ 16 mil reais em conta, e até o momento foram gastos pouco mais de R$ 47 mil.
Todo o dinheiro foi arrecado através do dízimo e de doações de pessoas da comunidade e até de outros municípios. Para finalizar a obra ainda é preciso por volta de R$ 20 mil, o que está causando grande preocupação nos fiéis. “Reforma nunca tinha sido feita aqui, só pintura, e há quatro anos foi trocado o assoalho de madeira por lajota”, conta Raine.
Com o dinheiro no fim, as obras tiveram de ser paradas, mas a expectativa da diretoria é que com a ajuda do povo possa ser feito uma nova pintura na igreja, finalização do forro, arremates e concerto na calçada da entrada e escada lateral. “Desde dezembro estamos sem missa. O pessoal vai na missa da cidade, na Matriz, na Santo Antônio, mas agora com a Covid-19 nem estamos indo, porque somos a maioria do grupo de risco”, fala Lori.
Segundo eles, toda ajuda é bem-vinda, seja em dinheiro ou material. Para doar basta entrar em contato com Raine Kranz pelo número (51) 998656305.
Espaço inutilizado
Os problemas não acabam no prédio da igreja. Nos fundos do templo, no local onde antes ocorriam às festas, há um espaço aberto com cozinha e churrasqueiras, mas que hoje está inutilizável. As festas do padroeiro que antigamente rendiam bons frutos, atualmente não estão sendo feitas, e os fiéis lamentam. “Nós estamos loucos pra fazer um galeto pra levar pra casa, pra conseguirmos terminar de pagar as contas, mas não temos onde fazer”, diz Lori.
Raine conta que a comunidade católica liberou um pedaço da área da igreja para a construção do ginásio da Sociedade Cultural Cruzeiro do Sul. Desde 2017, a Sociedade está fechada, e o ginásio até então nunca foi utilizado. Com a promessa de também utilizarem o espaço para as festas católicas, os integrantes da diretoria ficam na expectativa.
“Eles não terminaram a obra do ginásio, teriam que aterrar ao lado, mas até hoje não foi feito”, conta Raine. O espaço entre o ginásio e as churrasqueiras da igreja é perigoso, com grande profundidade e vigas de concreto. O coordenador lamenta, já que o espaço poderia ser usado por todos, incluindo as crianças que estudam na escola quase ao lado do local. “Aqui tem duas churrasqueiras grandes e não podemos fazer nada por causa do ginásio. Se a prefeitura fechar aqui do lado, esse buraco, churrasqueira nós temos”, comenta Lori.
De acordo com a Prefeitura Municipal, o ginásio de Alfama foi entregue pela empresa que o construiu em maio de 2013 com um termo de recebimento provisório, sem ter sido terminado na sua totalidade. A atual gestão esteve no local duas vezes em visita a Escola Dona Clara Camarão e observou o ginásio quanto a sua edificação e a possibilidade de concluí-lo.
A Administração Municipal, através da Secretaria Municipal de Obras Públicas, relata ter grande interesse em entregar resultado positivo à comunidade e entende a importância do ginásio. “Temos total interesse em concluir este ginásio para que a comunidade escolar e a localidade de Alfama possam usufruir da melhor maneira possível”, declara o órgão. Porém data e expectativa de início de obra não foram informadas.