Agricultura Mais: “Tudo o que se planta aqui, dá!”

Produção de Montenegro vai muito além dos citros e da produção de acácia e de eucalipto. Que tal conhecer mais?

Geograficamente, pode-se dizer que a produção agrícola de Montenegro é dividida em duas regiões. No Norte, a parte com forte colonização alemã é marcada pelas plantações de citros e, representando a pecuária, por muitos aviários integrados à empresa JBS Aves. Ao Sul, o forte é a silvicultura, com a produção de acácia negra e de eucalipto. Mas, no meio disso tudo, tem muitos outros ítens frutificando.

Você sabia que, em Montenegro, existem cerca de 355 hectares plantados de arroz? Enquanto esse texto é lido, mais de 1.300 caixas estão cheias de abelhas produzindo quilos e quilos de mel. Tem produtor apostando na plantação de oliveiras e, em algumas áreas, têm nozes, uvas, morangos, açaí e até criação de búfalos, pavões e cavalos crioulos. Todas atividades que, superando desafios, geram desenvolvimento e abrem o mercado da região para novas possibilidades.

SECRETÁRIO de Desenvolvimento Rural, Renato Kranz

“Tudo o que se planta aqui, dá!”. O título da matéria é uma frase do secretário municipal de Desenvolvimento Rural (SMDR), Renato Kranz. À frente da pasta que cuida dos interesses dos agricultores na Prefeitura, ele se orgulha da diversificação praticada em Montenegro. “Isso, pra nós, é uma satisfação enorme. A agricultura é o carro-chefe daquilo que está na mesa das pessoas todos os dias, desde o café da manhã até a janta”, destaca. “A gente está começando a perceber outras culturas que estão dando certo.”

Diversificação como segunda alternativa
Não ficar preso a uma atividade só é a palavra de ordem entre quem está diversificando, principalmente nas propriedades de pequeno porte. No caso da bergamota, por exemplo, mesmo quem tem a possibilidade de trabalhar com todas as qualidades existentes – obtendo renda com a fruta de fevereiro a novembro de cada ano – a busca por uma segunda opção é alternativa para reforçar a renda e pagar as despesas pessoais e da produção. Como aponta o dito popular, é “de pingo em pingo que se enche o balde”.

E para incentivar estes “pingos”, o secretário Kranz destaca as políticas públicas que têm buscado garantir que estes novos produtos tenham colocação garantida no mercado. Em âmbito municipal, há a oferta das bancas na Casa do Produtor Rural. Além delas, dois programas do governo federal têm garantido o repasse da produção agrícola familiar para a merenda das escolas públicas. Aos poucos, ainda, alguns mercados da cidade vêm apostando na produção montenegrina.

Neste cenário, ele indica uma mudança de percepção. “O problema do produtor sempre foi esse: eu sei e eu posso produzir, mas para quem eu vou vender? Ele não tem como brigar com a Ceasa no mercado”, avalia. Renato destaca que, para as grandes redes de supermercados – embora ocorra perda de qualidade – a busca por distribuidoras, e não pelo produtor, torna a operação mais fácil. “Então, o que nós precisamos é buscar incentivo e alternativas para absorver essa produção”, aponta.

A ideia da Secretaria é juntar os produtores – com aipim, feijão, arroz, ovo, cebola, alface, maçã e os diversos outros produtos cultivados – em uma associação que seja forte e que, com boa quantidade a ofertar, consiga competir. “Muitas vezes, as pessoas nem sabem que o produto local existe. E o nosso produtor nem sempre consegue chegar por conta nos lugares”, indica o titular da SMDR. Com o potencial de crescer impulsionado, só no ano passado, os números da agricultura “diferente” do município já foram consideráveis.

Os números da agricultura
Todos os produtores que emitem nota fiscal do que vendem precisam apresentar seus documentos no Censo Anual de ICMS, na Prefeitura. O Ibiá teve acesso ao levantamento da arrecadação registrada nas notas no ano de 2017. Os números destacam uma produção forte e comprovam que os montenegrinos não pretendem ficar “presos” a uma alternativa só. Confira alguns dos dados:

– 8 produtores movimentaram R$ 1,169 milhão na produção de arroz com casca em 2017;
– 120 comercializam aipim, batata-doce e araruta e, com eles, movimentaram R$ 309 mil;
– 10 agricultores registraram a produção de batata-inglesa, movimentando mais de R$ 50 mil em 2017;
– No ano passado, 12 produtores de uva arrecadaram, juntos, R$ 257 mil;
– Em alta, a produção de morangos movimentou mais de R$ 52 mil no ano passado e segue crescendo;
– Nas notas, a produção de maçã arrecadou mais de R$ 24 mil.

Agricultura Mais
O Ibiá está viajando pelos quatro cantos do município para conhecer mais sobre a diversificação da agricultura e da pecuária montenegrina. Com o projeto “Agricultura Mais”, conhecemos diferentes atividades e também muita gente bacana. Tudo será mostrado aqui – na edição impressa e no portal do jornal – a cada terça-feira. Vem conhecer com a gente um pouco mais da nossa Montenegro!

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