NOVO DESAFIO. Prefeito de Pareci Novo diz que pesquisas vão ajudá-lo a decidir
Prefeito de Pareci Novo em seu terceiro mandato, Oregino José Francisco sonha com voos mais altos. Ele pode ser a grande novidade das eleições municipais de Montenegro em 2020. Casado com a vereadora Lurdes e pai de um casal de filhos, aos 62 anos, acredita que reúne experiência suficiente para governar uma cidade pelo menos dez vezes maior. Ele próprio anunciou suas intenções durante uma entrevista ao Jornal Ibiá na manhã desta segunda-feira.
Dono de um estilo que despreza os rapapés e torna qualquer reunião curta e objetiva, Oregino já foi taxado de “louco” pelos adversários e certamente a decisão de disputar a Prefeitura de Montenegro, caso se concretize, vai reforçar essa ideia. Difícil dizer se vence, mas tudo é possível, já que o cenário político local anda conturbado, com o governo sob ataque e a maioria dos partidos sem nomes novos para apresentar ao eleitor.
De outro lado, o chefe do Executivo de Pareci Novo tem currículo. Ele ingressou na vida pública em 1999, concorrendo a vice-prefeito na chapa de Jorge Renato Hoerlle. Quatro anos depois, conquistou o primeiro mandato como chefe do Executivo na cidade vizinha, obtendo a reeleição em 2008. Depois de eleger seu candidato em 2012, com o qual acabou rompendo, entrou na briga novamente em 2016 e foi outra vez eleito. No momento, está no terceiro ano de seu terceiro mandato.
Escolhido presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc) há poucos dias, Oregino está convencido de que somente a articulação das cidades é capaz de conquistar melhorias para o Vale do Caí. Ele defende projetos que integrem a região, como a qualificação do turismo e melhorias nas estradas. “Se não nos unirmos, não vamos conseguir nada”, afirma.
É nesse contexto que surge a disposição para concorrer a prefeito de Montenegro. Oregino diz que a maior cidade da região precisa ter governantes com maior vocação para a liderança. “Faz muitos anos que Montenegro não preside a Amvarc, embora seja a maior cidade da região”, aponta.
Na condição de dirigente da Associação, as primeiras preocupações são a busca das verbas que o governo do Estado deve às prefeituras na área da Saúde e ao Hospital Montenegro, além da manutenção da ERS-411, que liga Montenegro a Brochier e a Maratá. Este assunto, inclusive, já foi tratado com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e a previsão é que as melhorias sejam retomadas em breve.
Quanto às verbas para a Saúde, fiel ao estilo direto, o prefeito de Pareci Novo diz que o governo precisa reconhecer esta área como prioritária, porque envolve decisões sobre vida e morte, e faz uma ameaça: se os atrasados não forem pagos, através da Amvarc, pode ir à Justiça contra o Estado.
Antes de decidir se irá mesmo se aventurar na disputa pela Prefeitura de Montenegro, Oregino pretende encomendar duas pesquisas. Uma será feita em Pareci Novo, para medir a aceitação ao seu trabalho e as chances que teria caso optasse pela reeleição e a busca do quarto mandato. A outra, em Montenegro, para medir as possibilidades de vitória. A decisão será baseada nestes resultados.
Como tem um apartamento em Montenegro, o prefeito não terá problemas com o domicílio eleitoral. Ele precisa fazer a troca até março de 2020, seis meses antes da eleição, bem como, renunciar ao mandato na cidade vizinha.
“Aonde Montenegro não tem problemas’
Como estão seus planos de disputar a Prefeitura de Montenegro?
Oregino – Hoje estou focado na administração de Pareci Novo, onde, todas as vezes em que coloquei meu nome à disposição nós ganhamos as eleições. Por outro lado, estou muito feliz por algumas entidades e pessoas estarem lembrando do meu nome para concorrer a prefeito de Montenegro. Eu iria em 2012, mas houve uma decisão do TSE que proibiu. Embora fossem cidades diferentes, caracterizaria uma segunda reeleição. Se eu fosse eleito, seria cassado. Agora isso mudou. No momento oportuno, faremos duas pesquisas, uma em Montenegro e outra em Pareci Novo, e vamos decidir com base nestes resultados.
E quando será isso?
Mais para o fim do ano. Estou muito honrado por ser lembrado por pessoas daqui, porque sou filho de Montenegro, administro, na verdade, um bairro de Montenegro. Conheço os problemas de Montenegro e tenho muito mais a conhecer. Uma coisa vocês podem cobrar de mim: em todas as campanhas que eu fiz, em nenhum casa, algum cidadão pode dizer que eu cheguei atacando, falando mal dos adversários. Nunca fiz isso. Sempre falei sobre o que eu podia fazer. E caso eu concorra em Montenegro, essa será minha sistemática.
O senhor está no PDT. Acredita que, em Montenegro, poderia concorrer pelo mesmo partido?
Não, pelo PDT não.
O ex-presidente do PSB, Ricardo Endres, diz que o senhor vai se filiar. Tem conversado com ele?
A decisão será fruto do diálogo com as pessoas. Vou montar uma estrutura porque ninguém governa sozinho.
Na sua opinião, quais são os principais problemas de Montenegro?
Eu respondou com uma pergunta: aonde Montenegro não tem problemas? Precisa, primeiro, melhorar a autoestima dessa população, que está muito baixa.