Aécio Neves é alvo de operação da PF e MPF

Hora após ser citado em delação dos donos da JBS ao Supremo Tribunal Federal (STF), o senador por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) é alvo de uma ação coordenada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, há mandados de prisão preventiva contra Andrea Neves, irmã do senador, e outro contra o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também seriam alvos da operação o senador Zeze Perella (PMDB) e o deputado Rocha Lourdes (PMDB).

De acordo com o jornal de São Paulo, os mandados foram autorizados pelo STF. Entre os locais de busca estão residências de Aécio Neves no Rio de Janeiro e Brasília, da irmã dele no Rio de Janeiro e também no Congresso Nacional. Já o jornal Estadão informa que o STF determinou o afastamento do mandato de Aécio Neves e do deputado Rocha Lourdes. As ações foram autorizadas pelo ministro do STF Edson Fachin.

Ontem, após as denúncias, a Assessoria de Imprensa de Aécio Neves divulgou nota na qual informava que o senador estava “absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos”. “No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários”, diz o comunicado.

A operação, que faz parte da Lava Jato, acontece após o jornal O Globo divulgar que o presidente do PSDB teria sido gravado pelo dono da JBS, Joesley Batista, pedindo R$ 2 milhões. Na mesma delação, o presidente Michel Temer (PMDB) foi acusado de ter dado aval para ser “comprado o silêncio” de Eduardo Cunha, que está preso.

Na noite de quarta-feira, o Palácio do Planalto emitiu comunicado informando que Temer defende “ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa”. Em nota divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), ele afirmou nunca ter participado ou autorizado qualquer tipo de ação para evitar a celebração de acordos de delação premiada por investigados.

Confira o comunicado na íntegra:

O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.

O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.

O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados.

Últimas Notícias

Destaques