Ademir Fachini: “Sou o algodão entre os cristais”

CANDIDATO A vice na chapa de Percival de Oliveira, Fachini explica como seu partido, o PDT, uniu-se a um adversário histórico

Quem é Ademir Fachini?
Ademir Fachini é empresário, proprietário da Arte e Som há 25 anos, mas desde cedo trabalhou. Pai de dois filhos, é um cara imbuído de muitos desafios, vontade de fazer e realizar. Companheiro, parceiro… esse é o Ademir Fachini.

O que o levou a concorrer como vice-prefeito nesta eleição?
Teve um certo momento em que eu não tinha mais a pretensão de vir a concorrer. E, no último ano, o nosso dirigente maior, o Pompeo de Mattos, presidente estadual do PDT, insistiu muito para que eu assumisse a presidência do PDT em Montenegro. Acabei acatando o pedido dele e, muitas vezes, o caminho nos leva a certas decisões. O homem é movido por desafios e vendo a possibilidade de realmente poder contribuir para o Município, resolvi aceitar. Eu admiro muito o Percival por tudo o que ele fez e trouxe.

O PDT sempre foi o principal adversário do candidato Percival e hoje estão juntos. Que alquimia foi essa que fundiu metais tão diferentes?
Na cidade e no meio político, as pessoas dizem que o Fachini é o algodão entre cristais. Esse é o meu papel. Eu já me sinto privilegiado em grande parte, mesmo que a gente tenha o pleito pela frente, por unir adversários, não dividir. Nesse sentido, está todo mundo feliz, todo mundo engajado na campanha. Esse é o verdadeiro sentimento de todos. Foram aparadas todas as arestas e eu, por minha vez, fui um cara que sempre ponderei muito as questões, respeitando a opinião dos outros. Então, eu vejo só com bons olhos essa questão da bandeira branca que eu trago, de pacificar, harmonizar e somarmos pelo nosso Município.

Inicialmente, o PDT chegou a dialogar com o PTB e o MDB para a construção de uma coligação. Por que ela não ocorreu?
Estávamos, em determinado momento, fazendo conversas e estávamos alinhando. E fomos preteridos, vamos dizer assim. Aí, na construção de uma chapa coesa e que pudesse somar para o Município, surgiu o Republicanos. Então, a gente tomou um novo norte.

Quando assumiu, em 2012, o ex-prefeito Paulo Azeredo suspendeu licitações e contratos deixados por Percival. Qual foi sua posição na época?
O meu posicionamento não poderia ser diferente: tentar entender e respeitar. Temos uma hierarquia, onde o chefe do Executivo delibera e nós, respeitosamente, temos que acatar. Na visão dele, ele primou muito pelo Município e tentou fazer o melhor; com acertos e erros, como todo mundo, o que tem que ser respeitado.

O senhor era secretário de Obras. Foi consultado?
Em algumas situações, houve questionamentos meus; porque a gente entra sempre com o propósito de somar e incentivar que o Município tenha crescimento. Mas também não podemos esquecer que o chefe do Executivo era o prefeito da época, o Paulo, e eu tinha que acatar suas decisões.

Como o senhor avalia o Impeachment do ex-prefeito Paulo Azeredo? Na época, o senhor estava na Câmara, como suplente do PDT.
Eu fui pra Câmara para poder contribuir mais lá. Foi um processo totalmente político. Isso é inegável.

Mas o processo de Impeachment é político.
Ele é, mas teve um intuito político. Teve pretensões políticas. Eu vejo que não foi saudável para o Município, como qualquer outro Impeachment. E nessa esteira, eu digo e repito: me dou muito bem com o Percival, respeito a visão dele. Eu tenho a visão do empreendedorismo e garanto a todos: o meu propósito é contribuir os quatro anos, ajudar o prefeito. Nesse sentido, não haverá outra coisa a não ser um governo coeso e trabalhador em prol do Município.

Depois das eleições para deputado, em 2018, o senhor chegou a dizer que deixaria o PDT, por não ter tido o apoio que esperava. Por que mudou de ideia?
Como é natural na nossa caminhada, eu tive momentos que não foram muito bons politicamente. Por escolhas, opções… Mas eu tenho uma grande virtude: eu aprendo com meus erros. Algumas pessoas que não contribuíram para a campanha acabaram se afastando, naturalmente, do partido. Isso me motivou a ficar no PDT, por onde ingressei na Política. Não pretendo sair, porque se eu saísse eu não teria outro endereço político. Foram só algumas divergências de ideias.

Quais foram as contribuições do PDT ao plano de governo?
Como a gente se inseriu depois nessa caminhada do Percival e dos Republicanos, o plano de governo já estava posto por eles. Mas teve algumas questões que eu sugeri e o Percival me deu total liberdade para inserir. Uma delas é o Parque Centenário, que até já era um propósito dele fazer as melhorias que lá são necessárias. Junto a isso, efetivarmos novamente o rodeio, o que sempre foi uma pauta do PDT; junto com o Carnaval e as festas do Município. Fiz essas solicitações e algo mais também na área da Cultura, do microempresário. Então, foi bem entendido pelo Percival e pelo Republicanos. Acho que estamos no caminho.

O candidato Percival disse em entrevista ao Ibiá que o senhor vai ocupar o espaço que quiser no futuro governo. Qual será seu papel na Administração?
Eu pretendo ser o vice-prefeito com gabinete. O Percival deixou bem claro que nós teremos o gabinete do vice-prefeito. Com isso, eu terei liberdade para interagir com todas as secretarias e atender a demandas menores, tirando a pressão do dia a dia sobre o prefeito; desafogando o prefeito para questões maiores. Todos me conhecem, estou ao longo da vida em Montenegro, e sabem do meu empenho e da minha dedicação no trabalho; e manterei a mesma disposição para trabalhar como vice-prefeito. O que eu gosto é desse intercâmbio, de trabalhar, de me dedicar, de interagir com as pessoas e poder contribuir.

O senhor é empresário. Que práticas da iniciativa privada pretende levar para dentro da Administração?
Eu trago da iniciativa privada esse sentimento de administrar. Administrar é potencializar, e como se potencializa? Com recursos. O que eu trago da iniciativa privada é essa questão da administração; e isso eu sei fazer e muito bem, contribuindo, buscando empresas, trabalhando, arregaçando as mangas. Não tem outro jeito a não ser trabalhar.

No jingle de campanha do candidato Percival o seu nome não aparece. Isso não o incomoda?
No primeiro momento, ele não aparece. Ele estará presente num segundo momento. Mas não, de forma alguma isso incomoda. Hoje se trabalha a candidatura do Percival. Eu estou aí para somar e contribuir. Nós temos uma confiança mútua, tanto ele em mim quanto eu nele e, nesse sentido, a gente trabalha. Eu faço as minhas agendas, potencializando a campanha. Ele faz suas agendas. Estávamos juntos até agora há pouco. À noite, teremos duas agendas, eu tenho uma e ele outra. Eu acho que o importante é isso. É ter essa liberdade e essa confiança. Eu nunca me comprometo com aquilo que não poderei fazer. Então, ele fica bem tranquilo que eu farei o meu trabalho na campanha e ele faz o dele.

Quem do PDT vai para o governo?
Tem que ver a posição técnica, o comprometimento de cada um para com o partido e as questões do Município. Oor enquanto, eu não pensei nisso. Depois da eleição, haverá 45 dias para a transição, que é o momento para ver essas questões. Agora, não estou preocupado com isso.

Por que o eleitor deve confiar e votar em Percival e Ademir Fachini dia 15 de novembro?
O meu sentimento é o de poder contribuir com o nosso Município. Conhecendo o Percival, tenho certeza que o sentimento dele é o mesmo; em nós somarmos e potencializarmos o Município, trazendo empresas e gerando emprego. Eu sou imbuído de muito desafio, de muita vontade, e acredite: eu quero fazer a diferença. Se eu tiver essa oportunidade, tenho certeza que não decepcionarei a minha família, os meus amigos e os montenegrinos.

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