Segundo o Detran/RS, desde janeiro, foram 398 acidentes com moto e 312 pessoas que perderam a vida nestes casos
Dos 1.712 veículos envolvidos em acidentes fatais (no período de janeiro a agosto de 2017), 398 eram motocicletas, que representa 23,25% – segundo na lista. E 67 eram bicicletas (3,91%). As informações são do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS).
Os casos que mais resultaram na morte de pessoas que se envolveram em acidentes com motocicleta foi de colisão, com 187. Seguido por colisão lateral, com 64, tombamento com 46, choque com objeto fixo, com 40 casos, e 23 por outro motivo.
Já em acidentes com vítimas fatais envolvendo bicicletas, no Rio Grande do Sul o destaque é para os casos de colisão, com 40 registros, 11 de choque lateral, 10 por tombamento, três por atropelamento e três por outros motivos.
Destes casos, 312 resultaram na morte de pessoas que se envolveram em acidente de moto e 67 em casos de acidentes com bicicleta. 26,8% e 5,8% das vítimas, respectivamente.
De acordo com o Detran/RS, neste mesmo período foram 1.044 acidentes fatais no Estado. Dados que representam os primeiros oito meses deste ano. Em 2016, no mesmo período, este número foi de mil acidentes fatais.
Quando se trata de vítimas, esse número sobe em relação ao ano passado, no mesmo intervalo de tempo (janeiro a agosto) os dados de 2017 são preocupantes. Enquanto em 2016 foram 1.107, em 2017 já foram 1.165. Isto representa 57 casos a mais que no ano anterior, e ainda faltam quatro meses para encerrar o ano.
Ciclistas têm pouco espaço nas vias urbanas
Para o presidente da Associação Ciclística Montenegrina (Aciclomont), Paulo Renato Petry, Montenegro, apesar de ser relativamente plana, infelizmente, a disponibilidade de vias exclusivas para os ciclistas ainda é inexpressiva. “E quando falamos em vias exclusivas, estamos referindo inclusive aquelas que nem são tão ‘exclusivas’ assim, como, por exemplo, as ciclofaixas, que podem ser espaços compartilhados com veículos automotores”, argumenta.
Na cidade, quando se fala em ciclovias (quando existe a separação da via dos ciclistas e da via para os carros) existem apenas duas: no trecho entre a rótula da RS -240 com a BR-470 e a fábrica JBS, e a da Rua Bruno de Andrade, no trecho da “volta do morro”.
Ciclofaixas (quando há apenas uma faixa pintada no chão, sem separação física de qualquer tipo) são apenas a que passa pelas ruas Bruno de Andrade, na Avenida Ivan Jacob Zimmer e Fernando Ferrari.
“Mas são percentuais pífios, se considerada a gigantesca malha viária da cidade. Nem se fale em sinalização: não há qualquer referência própria para ciclistas, nem horizontal, nem vertical”. Lamenta Petry.
Porém, isso pode mudar, já que a Aciclomont já teve e oportunidade de falar sobre esta demanda com o prefeito Carlos Eduardo Müller, que se receptivo aos pleitos dos ciclistas.
Ainda assim, para Petry, o que falta, principalmente, é implementar o Plano de Mobilidade Urbana aprovado em 2010, e que nunca saiu do papel.
Falta de conscientização entre os problemas
Morador de Montenegro há cerca de seis anos, Anderson Garcia é proprietário de uma empresa de transportes expressos, a GA Entregas. Já está acostumado a pegar a estrada e a se deparara com diversas situações . “Em Montenegro é bem tranquilo. Fora da cidade é que é complicado”, afirma ele.
Porém, ainda há situações que ele acredita que precisam ser melhores, principalmente quando se trata de planejamento do fluxo das ruas. “Acredito que algumas vias teriam que mudar. Percebo que o fluxo de trânsito está concentrado em uma única rua, por exemplo, o pessoal usa a Ramiro para subir e a outra (João Pessoa) para descer. Mas tem outras ruas (que fazem a ligação entre elas) de uma quadra que são contramão, acho isso errado. Penso que deveria ser mão dupla para poder fluir o trânsito”, argumenta.
Já para o motoboy Henrique Cruz do Nascimento, que atua na área há pelo menos sete anos, existem muitos casos de desrespeito no trânsito. Durante todo o tempo que trabalha na profissão ele já se envolveu em acidentes, em todos só sofreu escoriações, apenas uma vez, há dez anos, foi mais grave e resultou em corte no queixo e dentes quebrados.
“O povo não respeita. Pisca é uma coisa que não existe para os motoristas. Eles não respeitam a faixa de pedestres e até os próprios motociclistas também não respeitam”, lamenta ele. Para ele, o que falta, de modo geral, é conscientização. Seja para os motoristas, como para os pedestres.