VISÍVEL. Resultado das medidas, adotadas há cerca de um mês, é percebido por moradores do entorno
A baderna causada por frequentadores da Praça Leonel de Moura Brizola, a pracinha dos Ferroviários de Montenegro, deu uma trégua aos moradores do entorno do local. No dia 15 de abril, a Brigada Militar e a Prefeitura de Montenegro deram início a uma série de ações, que desde os primeiros dias, passaram a apresentar resultados efetivos. Entre os cidadãos que por ali residem, o consenso é de aprovação ao trabalho que tem sido feito.
As medidas tiveram início com atuação reforçada no policiamento. Conforme o tenente do 5º Batalhão da Polícia Militar (5º BPM) de Montenegro, Daniel Augusto de Souza, a praça sempre foi motivo de preocupação para a polícia. Contudo, devido à pandemia do novo coronavírus, evitar aglomerações tornou-se uma necessidade pelo bem da saúde pública. “Os policiais do 5º BPM passaram a fazer ações de presença e abordagens, visando dispersar aglomerações em obediências às medidas sanitárias de emergência adotadas pelos decretos Estadual e Municipal”, explica o tenente.
Além do trabalho da BM, a Administração Pública local providenciou a poda de galhos de árvores para facilitar a visualização do espaço, através da câmera de vídeomonitoramento instalada na rua Buarque de Macedo, próximo à esquina da rua Santos Dumont. A iluminação da praça também foi reforçada, e conforme a assessoria de comunicação da Prefeitura de Montenegro, há um estudo em andamento para melhorar ainda mais. “O esforço conjunto entre os órgãos públicos somados ao da própria comunidade é que faz com que as ações surtam os efeitos desejados”, acrescenta o policial.
Quem gostava de promover “festas”, ou seja, de estacionar o veículo e aumentar o volume do som, também foi atingido pelas mudanças. Placas regulamentares advertem que é proibido estacionar ao entorno da praça, nas sextas-feiras, sábados e domingos, das 20h às 6h. “Já é possível perceber a redução de chamados para intervenção policial. Diminuiu também as aglomerações de jovens e adultos ao longo das noites e madrugadas. No último final de semana, por exemplo, não tivemos queixas referentes a brigas e algazarras”, relata Daniel.
“Houve uma mudança drástica em relação ao fluxo de pessoas na praça. Atualmente não há circulação e aglomerações de pessoas”, observa o morador Tairo Afonso Reichert. “Anteriormente as noites eram tensas e não se conseguia manter uma rotina de sono, principalmente nos finais de semana. A poda das árvores e o monitoramento da câmera propiciam um sentimento de segurança”, avalia Tairo. Outros moradores do edifício onde Tairo reside concordam com a opinião dele sobre a mudança percebida no local.
Há mais de 20 anos, Celina Löhder da Silva mora na casa que era de sua avó, de frente para a praça. Ela já presenciou brigas de soco, com uso de tijolos, garrafas, entre outras. A residência também já foi alvo de pichações. Ela reconhece que hoje a situação está melhor, mas atribui isso ao isolamento social. Para ela, a concentração de pessoas na praça ocorre por falta de outros locais para distração.