Unir trabalho e viagens, apropriando-se de diferentes culturas. Pois há quem escolha dar esse destino profissional a sua vidas, atuando como comissária de bordo pelos céus mundo afora.
A profissão, que exige muito estudo, sacrifícios pessoais (ao estar longe da família), carisma, empatia e vontade de desbravar o mundo, foi a escolha da jovem Rafaela Vieira Petry, 21 anos. Em maio de 2016, ela começou a trabalhar pela Avianca, já na primeira entrevista feita.
“Eu escolhi ser comissária por ser um trabalho sem rotina. Meus voos podem sair em qualquer dia, em qualquer hora. Uma prova disso foi que voei às 4h do dia 1º de janeiro. Passei a virada do ano comendo um sanduíche no quarto do hotel porque logo tinha que dormir”, relata.
Com base fixada em Salvador, Bahia, Rafaela costuma dizer que quem escolhe essa área abre mão da sua vida para transportar outras pessoas. “Quando as coisas não vão muito bem, sempre tem aquele senhorzinho ou aquela criança que chegam no avião cantando, conversando, animando. Eles acabam vendo, na gente, uma pessoa para desabafar e isso é o que mais me prende aqui”, destaca.
Rafaela pontua que é necessário estar sempre impecável, com uniforme passado, unhas e maquiagem irretocáveis. No desembarque de qualquer destino, no mínimo, 12h de descanso em cada lugar são um direito da profissionais. “Mas normalmente a empresa acaba nos dando mais”, afirma.
Nas viagens, dá pra conhecer muitos destinos. “Eu sou suspeita para destacar um, porque gosto de todos, mas sou apaixonada por praia. Então, além de morar em Salvador, eu gosto muito de João Pessoa, Maceió, Recife e Fortaleza. Normalmente os hotéis em que nós ficamos estão na orla, e a vista é sempre linda”, ressalta.
Objetivo: voos nacionais
Amanda Grützmann Menezes, 21 anos, decidiu que queria ser comissária no início do ano passado. Motivada pelo sonho de viajar o mundo, unido a uma remuneração atrativa, ela conta que teve a ideia da profissão sugerida pela mãe. “No mesmo instante que minha mãe comentou, comecei a pesquisar. E me encantou muito o estilo de vida que os comissários possuem. Fiquei mais fascinada ainda quando iniciei o curso na escola Salgado Filho, em São Leopoldo, onde pude ter um contato mais próximo com a profissão”, salienta.
Quando começar a trabalhar na área, Amanda tem o sonho de conhecer o paraíso de Fernando de Noronha e a Europa. Formada no curso Técnico em Administração e atualmente cursando Administração na Ulbra, Amanda afirma que a faculdade não é fácil e requer muito estudo. Depois de concluído, ela conta que ainda é necessário prestar uma prova da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que torna a pessoa apta a exercer o ofício.
“Em seguida, pode começar a mandar currículo para as companhias e, se elas acharem que o profissional tem o perfil da empresa, irão chamar para o processo seletivo. A profissão traz inúmeras possibilidades, como a de poder interagir com pessoas de diversas culturas e estar cada dia em um canto do Brasil, se forem voos nacionais, que são meu foco no momento”, salienta.
Como não tem disponibilidade durante a semana, a jovem estuda apenas aos sábados, levando sete meses até a formação. Para quem pode assistir as aulas mais dias da semana, o processo é mais rápido, cinco meses. “É rapidinho! E Inglês é obrigatório, atualmente, nas companhias aéreas. A maioria exige nível intermediário. Na seleção, há uma entrevista em Inglês e essa etapa é eliminatória. Quanto mais línguas falar, melhor”, conclui.
O céu é o limite
Ana Paula Moraes da Silva, 21 anos, chegou ao final do Ensino Médio, em 2013, sem ter certeza sobre qual carreira seguir. Mas foi conversando com uma prima, que inclusive já trabalhava na Avianca, que ela descobriu qual era seu objetivo: ser comissária de bordo.
“Comecei a pesquisar sobre a profissão e me interessei bastante. Decidi fazer o curso e iniciei em março do ano passado, formando-me em agosto. Acordava de segunda a sexta às 5h20min da manhã para ir até Porto Alegre, onde estudava na Escola de Aviação Aerosul”, explica.
Segundo Ana, que atualmente estuda para passar na prova da Anac, durante a formação, há muitas práticas de sobrevivência no mar, sendo necessário, nesse caso, um certificado médico aeronáutico. O papel do comissário é priorizar a vida dos passageiros, caso ocorra alguma anormalidade durante o vôo.
“É uma profissão linda, que vem se tornando cada vez maior. Muitas meninas já vieram me perguntar sobre o assunto e eu sempre respondo que vale a pena investir se você gosta de trabalhar com o público, tem paciência, adora viajar e ser desapegada, pois vai ficar longe muitos dias, até semanas. A palavra-chave da profissão é empatia”, termina.