No Dia do Atletismo, esportistas da região relembram o seu início na modalidade e destacam os benefícios da corrida
Hoje é um dia especial para todos os atletas, dos iniciantes aos mais vitoriosos. Nesta terça-feira, dia 9 de outubro, é comemorado o Dia do Atletismo, forma organizada mais antiga de competição. Nos últimos anos, o Vale do Caí “revelou” grandes destaques na modalidade, principalmente nas corridas de rua. Motivação e força de vontade são injeções de ânimo para caminhar, correr, saltar e arremessar.
A competição é um estímulo a mais para vários praticantes, mas os benefícios à saúde e a ambição em superar os próprios limites são dois fatores que fazem muitas pessoas ingressarem no atletismo. Um dos expoentes nas corridas de rua na região, o brochiense Cezar Camillo relembra como começou no esporte. “Sempre lendo as matérias esportivas do Ibiá, lá atrás, em 2000, via os corredores de Montenegro (Alceu, Vergilino e Valdeci) saindo nas páginas, viajando para outros estados e competindo, isso me chamou atenção. Então, resolvi entrar na brincadeira”, conta.
Camillo disputou sua primeira prova em sua cidade, e já conquistou o primeiro lugar. No domingo seguinte à estreia, disputou sua primeira corrida fora de Brochier, no município de Venâncio Aires, e também subiu no pódio em sua categoria. “A partir daí, não parei mais. O que mais me motiva é que você pode estar participando de provas em qualquer lugar do mundo, independente do seu nível, e dar a sorte de fazer o aquecimento junto com os melhores atletas de elite do planeta. É uma das poucas modalidades que te proporciona essa experiência”, declara.
A montenegrina Lousana da Silva começou a frequentar academia em 2008, fazia caminhada e corrida na esteira, mas só ingressou nas provas oficiais cinco anos mais tarde. “Participava de um grupo de corrida na academia. Minha primeira prova foi a Corrida da Unimed, nos 6km. Foi sofrido, mas completei o trajeto. A corrida seguinte também foi a da Unimed, no ano seguinte, no mesmo percurso. Não subi no pódio, mas a sensação foi de dever cumprido”, ressalta.
O primeiro pódio de Lousana foi em 2015, também na Corrida da Unimed. “Corri os três quilômetros e fiquei em primeiro lugar na minha categoria. Foi uma felicidade inexplicável. Dali em diante, não parei mais. Faço o possível para ir às corridas. Só neste ano, foram 25 provas. Em somente uma não subi no pódio”, enaltece a atleta, que incentivou o marido a entrar no atletismo. “Arrastei ele para esse mundo. Sempre que possível, ele participa das corridas também”, frisa.
Prestes a realizar um sonho ao lado do marido, Lousana cita outros aspectos que fizeram do atletismo uma paixão para ela. “No esporte, passei a acreditar no meu potencial e tentar sempre melhorar. Fiz muitos amigos. Os troféus e medalhas são apenas a consequência de toda a dedicação. No final deste ano, eu e meu marido vamos realizar um sonho de três anos, que é correr a prova São Silvestre”, acrescenta.
União que desafia e melhora a autoestima
O atletismo vai muito além da disputa por um lugar no pódio. O esporte auxilia na rotina, no aspecto físico e mental. “Começamos a correr há cinco anos, para melhorar a autoestima. Acabamos nos apaixonando pelo esporte. São muitas vivências, amizades e dificuldades, mas o amor pelo atletismo é maior que qualquer adversidade. Treinar e se dedicar não é fácil, muitas vezes temos que deixar o que mais amamos (família) de lado”, afirma Débora Vargas, que corre ao lado da irmã, Denise Vargas.
Destaques na cidade, assim como Lousana, as irmãs Vargas superam os obstáculos do dia a dia correndo. “O atletismo oferece inúmeros benefícios à vida, principalmente na saúde e na mentalidade. Além disso, nos ensina a ter perseverança e seguir em frente”, complementa Débora.
Quem também é apaixonada pelo esporte é Raíssa Joner, coordenadora da assessoria esportiva Well Runners. Ela começou no atletismo em 2011, com o objetivo de ministrar aulas de corrida. “Aprendi muito, em cursos, lendo livros de treinamento e principalmente na prática. Hoje, o que me estimula a correr é o auto desafio. O grupo Well Runners é minha maior motivação, pois correndo em equipe, a gente não sente dor, cansaço e as dificuldades ficam menores”, aponta.
“Na parte física, a saúde é o maior benefício. O atletismo melhora nossa disposição para encarar a rotina. A corrida é capaz de mudar vidas, como mudou a minha”, completa Raíssa.