À frente do próprio negócio

Empoderamento. Essa é a palavra de ordem para muitas jovens que, assim como a montenegrina Nicole Gomes, 23 anos, administram sozinhas seus próprios negócios. Estudante, ela viu no comércio de roupas online, em 2014, uma alternativa para ajudar a custear os estudos; a tão sonhada graduação em Arquitetura. E o que começou apenas com vendas através do Facebook, no Brique das Meninas, tomou uma proporção tão grande que, atualmente, a jovem tem quatro canais de venda: WhatsApp, página do Facebook, Instagram e loja física.

O Dia Internacional da Mulher foi ontem, 8, mas diariamente há a oportunidade de se inspirar em mulheres como Nicole. Pode ser sua mãe, vó, tia ou amiga. O fato é que todas elas podem, sim, ser empreendedoras, pesquisadoras, contadoras ou jornalistas, se assim desejarem, independentemente dos anos de vida.

Com pouca idade, mas muita decisão sobre o futuro, Nicole transformou os mil reais que ganhou da vó, em 2014, em negócio. E não parou mais de crescer, conquistando sua loja física, a Nina Store, em junho de 2017. E quem pensa que a loja foi aberta por impulso, sem planejamento, engana-se muito. Primeiro veio a credibilidade e, após, a fidelização das clientes, atualmente mais de 250.

A empreendedora correu atrás de sala para consolidar seu estabelecimento, buscou o registro de Microempreendedor Individual, tudo sozinha, mas não sem muita autonomia. Foi fácil? Nem tanto, de acordo com ela, mas Nicole seguiu em frente com maturidade para o empreendimento. Especializada em moda feminina, a Nina Store tem endereço fixo na rua Ramiro Barcelos, número 1690, sala 14, na galeria em frente à Farmácia Mottin.

“A ideia de abrir meu próprio negócio veio depois que saí de um emprego estável. E nunca houve a pretensão de ser empreendedora, foi simplesmente acontecendo. Desde a abertura, eu administro sozinha. Eu me sinto orgulhosa de mim mesma, ainda mais porque não é todo mundo que consegue. A loja é meu xodó. Consegui do nada, investi muito dinheiro e dedicação para poder montar o espaço. E isso significou economizar, planejar, tempo”, salienta.

Segundo a estudante, ela foi a pioneira na família no ramo próprio e diz que a irmã mais nova, Monique, vem seguindo seus passos, arriscando em um negócio de brownies, com encomendas pelo Facebook.

“Eu me formo daqui a uns quatro anos em Arquitetura. Mas quero manter o projeto da loja simultaneamente à minha profissão. Quero poder, um dia ainda, ir para a ‘calçada’, que são as lojas da frente da galeria e ter, assim, mais visibilidade”, conta Nicole, certa de que tudo é questão de vontade.

Despontando no empreendedorismo
Uma pesquisa recente da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em parceria com o Sebrae, aponta o crescimento de 15,4% do empreendedorismo feminino nos últimos dois anos. O perfil da mulher empreendedora brasileira, segundo apontamento, é de dona de casa e mãe entre 30 e 40 anos.

De acordo com a pesquisa, o público feminino ainda ganha menos do que os homens – sim! Essa ainda é uma realidade! -, mesmo com escolaridade superior. Conciliam maternidade, carreira e negócios, independentemente da classe social, tendo como principal motivador para iniciarem um negócio próprio o de complementar a renda familiar.

Muitos estudos na área vêm sendo realizados nos últimos anos. A mudança na sociedade e a autonomia das mulheres que deixam seus lares para encararem a jornada de trabalho, tanto ou mais que os homens, cobram isso. O mercado de trabalho para o empreendedor mudou.

Para comprovar essas alterações e o protagonismo feminino nos negócios, o Fórum Empreendedoras analisou o perfil do Facebook de 1.300 mulheres em território nacional. Os dados apontam que 85% já são empreendedoras enquanto 15% pensam em empreender. Outro dado interessante é que 68% das entrevistadas trabalham em home office. As dificuldades financeiras não impedem o público feminino no sonho do negócio próprio e o estudo salienta que 41% iniciam o empreendimento sem capital.

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