Prevenção. Assunto foi tema de palestra para alunos do Polivante na quarta-feira
O uso do álcool causa 2,5 milhões de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo os dados, 320 mil jovens entre 15 e 29 anos perdem a vida em decorrência do problema.
Além disso, 50% dos casos de homicídios, 50% dos óbitos no trânsito e 25% dos suicídios têm o envolvimento da bebida. Além disso, o uso dessas substâncias também tem a ver com casos de lesão corporal e violência doméstica. Por ser lícito e de fácil acesso, o álcool serve de porta para diversas drogas. Os entorpecentes, por sua vez, são combustíveis para diversas formas de violência e crimes.
Os números e alertas fizeram parte da palestra “Valorização da vida – álcool e outras drogas: impactos no indivíduo, na família e na sociedade”, apresentada para duas turmas na tarde de quarta-feira, 27, no Colégio Estadual Doutor Paulo Ribeiro Campos, o “Polivalente”, em Montenegro. O responsável pela apresentação foi o oficial da reserva da Brigada Militar, professor da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Soldados (EsFES) de Montenegro e membro da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e outras Drogas (ABEAD), José de Jesus Cirne da Silva.
O palestrante demonstra preocupação com o fato de, cada vez mais cedo, os jovens entrarem em contato com o álcool – na pré-adolescência ou até infância, em muitos casos. “A iniciação mais precoce aumenta todos os riscos, de saúde, sociais, e, especialmente, uma possibilidade de dependência de quatro a cinco vezes maior. Estamos correndo riscos de ter um aumento da dependência de álcool e outras drogas em jovens adultos”, comenta. “Na atividade policial na qual eu estive 30 anos, encontrei vários dilemas familiares com usuários de drogas pesadas, a questão das vítimas de acidente de trânsito, de trabalho, doméstico. Um indivíduo que acaba, às vezes, indo para o mundo do crime para sustentar o próprio vício ou fazer dele um mercado de renda. A droga potencializa várias formas de violência no Brasil e nas nossas comunidades. Para o palestrante, amenizar a questão passa por uma série de medidas e pela integração de diferentes instituições. Mas tudo começa pela educação e pelo diálogo com os mais jovens. Também é preciso restringir o acesso às drogas.
Antes de iniciar a primeira palestra do dia, o diretor do Polivalente, Luís Carlos Hummes, pediu aos alunos muita atenção à relevância do tema em pauta. “A importância é cada vez maior, pois os nossos adolescentes e jovens estão muito vulneráveis a terem algum contato com álcool ou drogas. Parece estar ‘virando moda’ beber em excesso em festas e isso está ocorrendo cada fez mais cedo”, diz à reportagem. Nesta quinta-feira, 28, terá mais duas edições da palestra no Polivalente.
O professor ressalta o fato de sempre ser apurado e acompanhado quando um caso chega ao conhecimento do corpo docente. O aluno ou aluna em questão e os pais, quando é o caso, são chamados para conversar sobre o problema. Além disso, Luís Carlos também ocorrerem pedidos de socorros de pais desesperados, sem saber como lidar com tão grave problema.