860 quilos de tampinhas deixam de ir para o lixo

Campanha Tampinha Legal. Lar do Menor realizou a primeira entrega do material para reciclagem e ação continuará

De cores e tamanhos diversos, pelo menos 860 quilos de tampas de plástico já tiveram um destino correto através da participação da Sociedade Beneficente Espiritualista (Lar do Menor), entidade montenegrina que aderiu à campanha Tampinha Legal. A ação socioambiental foi lançada, está sendo realizada em 150 cidades gaúchas e visa mobilizar a sociedade em tono do descarte adequado de resíduos plásticos.

Dona Ereni, responsável pela separação das tampinhas
no Lar do Menor. FOTO: DIVULGAÇÃO/SBE

A campanha foi lançada no Congresso Brasileiro do Plástico (CBP), uma iniciativa dos três sindicatos do setor – Sinplast, Simplás e Simplavi – em outubro de 2016 e, desde então, já foram coletadas e recicladas mais de 42 milhões de tampinhas em 150 cidades gaúchas. A coleta é realizada por entidades cadastradas que recebem 100% do valor de venda desse material, que segue para a indústria, dando origem a vários outros produtos, como bancos, painéis para carros, vassouras, baldes, prendedores de roupas, entre outros. Uma infinidade de produtos pode ser feita com as tampinhas, com exceção de tampas ou embalagem de produtos alimentícios, pois o plástico reciclado não pode ser usado em utensílios para acondicionar alimentos.

O Lar do Menor aderiu à campanha em julho de 2017, e realizou a primeira entrega de tampinhas um ano depois, em agosto. A coordenadora do projeto na instituição, Patrícia Borba afirma que foram 860 quilos arrecadados nesse período e a venda resultou em R$ 1.600,00 à entidade. O Lar do Menor conta com a parceria da Polo Films, que garantiu o transporte a Porto Alegre, bem como da Escola Walter Berlian e Gente Miúda, que desenvolvem projetos para recolher tampinhas, e da Erplast.

Patrícia afirma que o resultado neste primeiro ano superou as expectativas. “Foi uma surpresa ver a quantidade de material que iria pra o lixo”, afirma. “É um projeto rico, pois é simples de realizar e se vê o retorno”, acrescenta. Embora o recurso financeiro arrecadado, ela salienta que o maior valor do projeto é o que representa na educação ambiental.

Borba e as atendentes Elisa Catarina da Rosa Nunes e Eriane Essvein da Silva, com a turma do Maternal 2ª

Nas unidades educacionais da entidade, são atendidas crianças de zero a quatro anos. De forma lúdica, as maiores auxiliam na separação das tampinhas, ocasião em que em meio a brincadeiras e histórias, elas aprendem a dar o destino correto ao lixo. Os pais e as crianças também são orientados a juntarem tampinhas em casa e levar à escola.

Patrícia conta o caso de um menino, na faixa dos 2 a 3 anos, que fez questão dele mesmo entregar as tampinhas coletadas em casa. Ela observa que os adultos já têm maus hábitos em relação ao descarte do lixo, enquanto os filhos estão em formação, o que facilita entenderem a forma correta de descarte. “As crianças são o futuro”, resume.

Mateus Cinelle Scaravelli, 3 anos, mostra a tampinha que separou por cor

Saiba mais
As tampinhas são destinadas à indústria de reciclagem e a separação por cor agrega valor. As tampinhas verdes, por exemplo, serão transformadas em um objeto desta cor. Se forem derretidas misturadas, terão uma cor indefinida. Havendo a separação, o aproveitamento é maior e, portanto, as tampinhas têm mais valor.

A separação por cor é feita pela entidade beneficiada. No Lar do Menor, uma funcionária assumiu essa tarefa, bem como da limpeza das tampas, quando necessário. Algumas tampinhas são separadas por cor durante o trabalho lúdico de educação ambiental feito com as crianças.
Podem ser coletadas tampas de plástico de todos os tipos, tanto de refrigerantes, como de potes diversos, incluindo de produtos de limpeza, higiene ou alimentícios entre outros. As tampinhas utilizadas são produzidas por PP (polipropileno).

Busca por restaurantes e mais escolas para pontos de coleta
A campanha Tampinha Legal tem mais de 700 pontos de coleta, alguns deles em Montenegro. Além das unidades de educação infantil da Sociedade Beneficente Espiritualista, há coleta em algumas escolas e empresas. Responsável pela campanha na entidade montenegrina, Patrícia Borba, realizou um curso de multiplicadores, em Porto Alegre, que lhe tornou apta a apresentar o trabalho, conquistando novos apoiadores.

Neste sentido, Patrícia antecipa que serão procurados restaurantes, visando a arrecadar tampinhas de refrigerante, bem como de potes de recipientes de produtos utilizados na cozinha. Também serão procuradas escolas, oportunizando a inclusão do recolhimento de tampinhas em ações de educação ambiental. A ideia é ampliar os pontos de coleta, facilitando a participação da comunidade e estimulando a preservação ambiental.

Pontos de coleta
Unidade de Educação Infantil Anita Harres Ferraz (Lar do Menor) – bairro Municipal
Unidade de Educação Infantil Cléo Heller- bairro Panorama
Unidade de Educação Infantil Nilton Moreira Trilhos – bairro Senai
Unidade de Educação Infantil Cinco de Maio – bairro Cinco de Maio
Unidade de Educação Infantil Hélio Araújo – bairro Promorar
Abrigo Menino Jesus de Praga – bairro São João
Emei Gente Miúda – bairro Ferroviário
E.M.E.F. Valter Belian – bairro Rui Barbosa
As empresas ou instituições interessadas em dispor de um espaço para um recipiente para coleta podem entrar em contato com a Sociedade Beneficente Espiritualista, localizada na rua Bruno de Andrade, no bairro Municipal, no Lar do Menor, fone: 3632-2214

Últimas Notícias

Destaques