Evento ocorreu na manhã de ontem, na Sociedade Santa Cecília, e foi organizado pelo grupo Trimaniácos
São José do Sul acordou ontem com o ronco dos motores das motos. Era a segunda edição da Trilha do Ventil, que teve sua largada as 8h, da Sociedade Santa Cecília. O percurso, para os motociclistas, foi de 73 quilômetros, passando pelas localidades de São José do Maratá, Dom Diogo Baixo, Linha Lerner, Canavial, Linha Bonita, Linha Comprida, São Pedro do Maratá e Uricana. O que não faltou foi animação e adrenalina entre os participantes.
De acordo com a organização, mais de 400 trilheiros participaram do evento. A Trilha foi uma iniciativa do grupo Trimaníacos que, empolgados com o sucesso da primeira edição – um mini-encontro no ano passado, que reuniu 137 pessoas – trabalharam intensamente para a realização. Foi disponibilizado um acampamento para os que já chegaram na Sociedade no sábado e todos receberam, com a inscrição, um café da manhã, um almoço e muita caipirinha.
Da bebida, aliás, foram feitos 50 litros – tudo batido dentro de uma máquina de lavar de modelo antigo. Segundo o presidente do Trimaníacos, Rodrigo Kremer, o foco do evento foi, justamente, a confraternização e a boa recepção dos participantes. “Nós vamos em vários encontros e sempre fomos muito bem recebidos. Então a gente quis retribuir isso na Trilha de hoje”, explica. Amante da prática, nesta edição Rodrigo não pode participar, se dedicando apenas à organização. “A gente trabalha aqui para aproveitar nos outros encontros.”
O Trimaníacos é composto por 22 trilheiros de São José do Sul e região. “A gente começou entre uma galera que tinha moto, mas não saia muito, daí nos reunimos, fizemos um grupo no WhatsApp e, assim, acabou nascendo”, lembra o presidente.
Para organizar a Trilha do Ventil, o grupo trabalhou na sinalização do trecho trilhado, passando por propriedades cedidas por vizinhos para o evento. “A estrada é boa, a trilha é bem nova e foram 73 quilômetros de bastante adrenalina”, afirma.
Pelo esporte e pela parceria
Muita gente, além dos trilheiros, lotou a Sociedade Santa Cecília e arredores para acompanhar a largada. Os presentes se animavam, com músicas de diferentes estilos, e a festa adentrou a tarde. A Trilha não premiou ninguém por desempenho ou por ter chegado primeiro. O intuito, como frisaram os participantes, era a confraternização e a adrenalina do esporte, enquanto seguiam pelas subidas, descidas, pontes e curvas do trajeto.
Para o chapeador Gustavo Ziemke, a prática faz parte da rotina de sua vida. Morador de Pareci Novo, ele conta que, mesmo quando não ocorrem encontros oficiais como o de ontem, ele e os amigos se reúnem para alguma aventura sobre duas rodas. “É tudo pela amizade e o companheirismo. Estamos aí pela parceria dos amigos”, afirma. Gustavo relata que tem uma moto só para fazer trilha e que faz os investimentos necessários para a prática, cuidando para não sair do orçamento.
Quem também não perde a chance de fazer uma trilha é o mecânico Natalício Seidel. Aos 51 anos, ele foi de Tupandi a São José do Sul para participar do evento.
Com experiência de 15 anos nos trajetos, ele lembra que começou a praticar com uma moto velha que tinha em casa. Adquiriu amor pelo esporte e, desde então, não parou mais. Natalício participa, hoje, do grupo de trilheiros Rabeta nos Ovo e não abre mão da prática. “Além da diversão, isso me ajuda a tirar o estresse”, comenta.
Emoção e adrenalina para todas as idades
Um dos grupos presentes foi o Motocap, com membros de Capela de Santana, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo e Portão. Ali, o pai César Dessoy e seu filho Rafael, de apenas 11 anos, trilharam juntos, aproveitando a adrenalina do evento. César conta que já participa de trilhas há 15 anos e que foi o incentivo dele que despertou interesse no filho. O pequeno, já com 10 anos de idade, recebeu sua primeira moto – uma XL 125 – e não parou mais. Ontem, ele era só alegria e ansiedade pelo momento da largada.
Vários grupos participantes
Poucos dos que participaram o fizeram sozinho. Reforçando o sentido da trilha de celebrar a amizade e o companheirismo, muitos dos inscritos vieram em grupos. O Fundos do Poço, por exemplo, são a junção de 11 membros do município de Poço das Antas que participam de encontros em diversas localidades do estado.
Já o Pé na Lama reúne participantes de São José do Sul, Montenegro e Capela de Santana. São 22 membros que vivem pela adrenalina. “A gente ta aí pela parceria e pela aventura. Uma vez por mês, a gente participa desses eventos. Além disso, quando dá, nos encontramos entre a gente para dar uma volta”, conta um dos integrantes, o industriário Aliston Ricardo Kussler. O Pé na Lama foi fundado em 2014.