Ser mãe muda tudo e a todos, costuma-se dizer. Também pode ser está etapa da vida o gatilho para mudar a relação da mulher com o meio ambiente e o mundo em que vivem. Afinal, elas estão trazendo um novo ser humano ao planeta e desejam que esse possa acolhê-los bem. Segundo a organizadora da edição montenegrina, Débora Bianchi Felleiro, a “Fraldada” ocorre em mais de 30 cidades do Brasil, sendo considerado um evento nacional, idealizado por mães empreendedoras que comercializam fraldas sustentáveis para outras mães e futuras mamães. O evento ocorreu no sábado, no Espaço Comunitário Vale do Caí.
Débora mostrou as fraldas, além de diversos outros itens sustentáveis como absorventes femininos e absorventes de amamentação. Tudo feito no intuito de agredir menos a natureza. Segundo ela, a gama de produtos atende aquela mulher que sente o incômodo de agredir a natureza. “Tem que ter o incômodo pessoal com a sua geração de resíduo. Às vezes isso surge na gravidez. Já para outras mulheres é algo anterior, um ideal ecológico”, explica a empreendedora. Mas, vai muito além da fralda e atinge os ensinamentos que ela quer passar aos filhos. Débora é mãe de Noah, de 2 anos e 6 meses; e está grávida de 12 semanas.
A fralda é composta por uma capa decorada, um tecido de retenção e absorção bastante espesso e outro mais leve, que é anti-alérgico. Além dos ideais ecológicos, há a questão econômica. A fralda ecológica tem tamanho único, possibilitado por uma grande quantidade de botões ajustáveis.
Assim, a mãe compra um enxoval, que aqui no sul – pela umidade – Débora indica ser composta por 30 fraldas e 30 absorventes, e gasta aproximadamente R$ 1.800 reais, dependendo de algumas preferências da mãe. O bebê usará esse enxoval até desfraldar. O que, na estimativa da empresária, leva a uma economia de R$12 mil. Isso porque os pais não têm o gasto com compra de fraldas descartáveis, pomada para assadura ou lenços umedecidos.
A doula Patrícia Girotto Torman compareceu para uma roda de conversa sobre humanização do nascimento. Está não é, necessariamente, sinônimo de parto em casa, na água, ou sem analgesia. Mas não envolve os casos de cesarianas marcadas. “Uma cesariana pode sim ser mais humanizada, mais suave, com mais atenção com a mãe e o bebê. Mas quando é uma necessidade, uma emergência. Não quando é marcada. Aí não tem sentido. Não se esperou a hora em que o bebê daria sinais de estar pronto”, destacou Patrícia, que também é mãe de duas crianças. Ela abordou, ainda, o protagonismo da mulher no parto e o fato das escolhas serem dela, as evidências científicas dos benefícios do parto humanizado e a importância da equipe multidisciplinar. “Parto humanizado não é parto em casa, obrigatoriamente. Nem na água. Ele pode ser no hospital”, concluiu a doula.