Mistério. Investigadores apuram o histórico policial de Maurício Amorim
Os investigadores da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Montenegro vasculham a vida pregressa de Maurício Vigel Amorim, 33 anos, para tentar solucionar o desaparecimento dele e da sua companheira, Taís MachadoQuerate, 20. Eles estão sumidos desde o dia 21 de dezembro. De acordo com informações apuradas pelo Jornal Ibiá, o homem tem envolvimento com diversos delitos. A principal suspeita é de estar ligado ao roubo de combustível no polo petroquímico de Triunfo.
Em 2013, Amorim foi flagrado com 600 litros de gasolina sem procedência na caçamba de uma picape Montana. Ele chegou a ser detido em função do fato, mas não foi encaminhado ao sistema prisional naquela oportunidade. Esse delito, provavelmente, tenha a ver com um acontecimento registrado em 16 de dezembro. O casal ficou ferido durante um incêndio em um galpão em Nova Santa Rita, causado pela existência de produto altamente inflamável. As chamas destruíram o local e também danificaram o veículo usado pelos dois, um furgão Sprinter.
Maurício sofreu sérias lesões nas duas pernas. Ele passou por tratamento, inclusive com a realização de enxertos. Contudo, acabou abandonando o tratamento no Hospital Montenegro e no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Seguiu apenas a tomar os medicamentos recomendado pelos médicos.
A vítima também possui passagem por porte ilegal de arma, uma receptação em São Leopoldo, desacato, desobediência e ameaça. Além disso, responde por seis crimes de trânsito: uma pelo artigo 306 do Código Brasileiro de Trânsito, ou seja, dirigir sob o efeito de álcool, e outras cinco pelo 307, ou seja, violar a suspensão do direito de dirigir. Já Taís não possui passagem pela polícia.
O trabalho da apuração segue intenso. Foram realizadas diligências em Porto Alegre, Triunfo e Capela de Santana. Além disso, os agentes estiveram em municípios da Região Carbonífera e do Litoral Norte. A investigação já ouviu, ainda, cerca de 15 pessoas. O setor responsável pelo caso segue mais de uma linha de investigação. Até o momento, nenhuma possibilidade está descartada.
Família vive angústia sem fim
A mãe de Maurício, Maria Diva de Amorim, vive dias de angústia desde o desaparecimento do casal. Ela tem acompanhado o trabalho da Polícia, inclusive esteve mais de uma vez na 1ª DP, e fica mais apreensiva quando ouve que não existem pistas concretas sobre o paradeiro dos dois. Diva acredita na possibilidade de o sumiço ter ocorrido por estarem em cárcere privado. Contudo, não sabe ou prefere não comentar qual seria o motivo disso. “Acho que eles estão presos por alguém. Tínhamos que receber alguma informação. Está cada dia mais pesado, mas difícil”, comenta.
A reportagem do Jornal Ibiá entrevistou a mãe de Taís, Margarete da Silva Machado, no começo deste ano. Ela viu os dois um dia antes do sumiço, quando foi jantar onde o casal mora. Margarete viu o casal pela última vez um dia antes do sumiço e não percebeu nenhum comportamento diferente de Taís e Maurício. Nada indicava um possível desaparecimento. “Estava tudo bem tranquilo, nada diferente. Ele bem calmo, brincando o tempo todo. Não mostraram ter nenhuma preocupação”, recordou, quando recebeu o Ibiá. A conversa com ela está disponível em vídeo no site do jornal.
Mais detalhes sobre o caso
Maurício e Taís foram vistos pela última vez no dia 21 de dezembro. As imagens de uma câmera de vigilância mostram os dois deixando um Celta num estacionamento no Centro e pegando uma Fiorino branca, com placas INU-4888, de Montenegro.
Ao sair da casa onde moram, na localidade de Pesqueiro, eles deixaram a televisão e o ventilador ligados, um claro indicativo de pretensão de retornarem rapidamente. Nem mesmo os remédios usados por Maurício no tratamento das queimaduras foram levados.
A Polícia também descobriu que Maurício é o dono da Sprinter utilizada por ele no momento do incêndio. O jovem ainda não havia feito, totalmente, o registro do furgão. Contudo, o Documento Único de Transferência (DUT) já estava no seu nome. Um das hipóteses levantadas para o sumiço era suposta fuga dos dois por não terem como pagar os danos causados no veículo, o qual pertenceria a outra pessoa. Contudo, essa possibilidade foi descartada.
Quem tiver alguma informação sobre o desaparecimento pode entrar em contato com a Polícia Civil ou com a Brigada Militar. Os telefones são, respectivamente, 197 e 190.