18 pessoas são resgatadas do subsolo de fábrica clandestina de cigarros

ENCLAUSURADOS Maioria das vítimas era do Paraguai. Havia ainda um brasileiro

Na manhã desta terça-feira, 19, durante cumprimento de mandado de busca da Operação Tavares, na localidade de Vendinha, em Triunfo, 18 trabalhadores, – 17 paraguaios, e um brasileiro – foram localizados escondidos no subsolo de uma fábrica clandestina de produção de cigarros, onde permaneciam enclausurados. Ao chegarem no local, os “funionários” tinham os celulares apreendidos pelos líderes do grupo. A ação também cumpriu mandados em outras cidades da região. Em Triunfo, houve seis cumprimentos de mandados de busca e apreensão e o mesmo número de prisões preventivas. A descoberta da fábrica clandestina ocorreu no início da tarde. O esconderijo é acessado através de um elevador hidráulico. As vítimas foram resgatadas e, conduzidas para avaliação médica.

Também foram alvos da operação outras duas cidades da região. Montenegro e Portão tiveram um mandado de prisão temporária e um de busca e apreensão cumpridos em cada município. A investigação apura, também, crimes de redução à condição análoga a de escravidão, ambientais e corrupção de menores.

Sobre a Operação Tavares
A operação foi denominada “Tavares” em alusão ao local onde foi identificado o primeiro depósito do grupo, no município da Cachoeirinha. Nessa terça-feira, outros depósitos e fábricas foram “estourados” durante a ação. Em uma fábrica desarticulada – em local não informado -, a estimativa de produção clandestina é de 10 milhões de maços de cigarros por mês, com faturamento mensal de R$50 milhões.

A investigação iniciou em 2020 para apurar a prática de contrabando de cigarros na região metropolitana de Porto Alegre. Diligências realizadas identificaram a existência de uma organização criminosa estruturada para a produção clandestina de cigarros de marcas paraguaias em cidades do Estado.

Foram cumpridos 40 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Além disso, foram executadas ordens judiciais para seqüestro de 56 veículos, 13 imóveis e valores em contas vinculadas a 23 pessoas físicas e jurídicas, até o valor de R$ 600 milhões.

Trabalhadores viviam enclausurados na fábrica clandestina, na Vendinha. foto: Ministério Público do Trabalho

Outros casos na região
A produção e distribuição de cigarros sem procedência têm chamado à atenção na região nos últimos anos. Embora os registros antecedam a segunda década dos anos 2000, destacam-se casos como o registrado em dezembro de 2018. Na época, uma fábrica de cigarros clandestina foi desbaratada pela 1ª Delegacia de Polícia de Montenegro, na localidade de Calafate.

No ano seguinte (2019), a polícia concluiu a investigação e indiciou sete pessoas no inquérito enviado ao Poder Judiciário. Os crimes tipificados foram Associação Criminosa, Falsificação de Papéis Públicos e crimes Contra Ordem Tributária e de Sonegação Fiscal.

Em janeiro de 2019, A Polícia Civil apreendeu, em Portão, 141 pacotes de cigarros oriundos do Paraguai. A carga foi avaliada em R$ 6 mil. A ação ocorreu no bairro Parque Neto, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão.

Foram executadas ordens judiciais para seqüestro de valores vinculados a 23 pessoas físicas e jurídicas, até o valor de R$ 600 milhões.

O caso mais recente foi registrado no dia 14 de setembro deste ano, em galpão localizado às margens da ERS-240, em Capela de Santana. A Brigada Militar (BM) apreendeu cerca de 900 caixas do produto e três caminhões e um indivíduo foi preso.

Já em Montenegro – na mesma manhã, na BR-470, um segundo caminhão foi abordado. O veículo estava carregado com cigarros.

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