145 anos comemorados com programação intensa

Aniversário. Eventos, planejados para agradar a todos os gostos, tiveram início na quarta-feira e se estenderam até domingo

Um bolo foi servido à comunidade, no sábado (5), dentro das atividades alusivas aos 145 anos de Montenegro. Reunidos na Praça Rui Barbosa, no Centro, a cerimônia com o tradicional “Parabéns a você” e a degustação de uma torta de 55 metros começou às 10h30min e marcou uma das diversas atividades de comemoração que ocorreram no decorrer da última semana.

“O importante é ver a comunidade participando e ver a integração que está tendo”, frisou o prefeito Carlos Eduardo Müller, o Kadu, enquanto esperava por sua fatia. “Aqui é um resgate da nossa história e uma forma de trazer as pessoas para mais perto”, disse.

O bolo não teve os 145 metros que remeteriam à idade da cidade. Ele foi pensado em uma alternativa para evitar o desperdício e também alimentar culturalmente os munícipes. A grande mesa foi dividida, com cartazes, em uma linha de tempo que ia desde 1873 até esta semana, em 2018.

Os marcos traziam diversas passagens importantes e acompanhadas de fotos. Lá estava, dentre outros, a criação da Fundarte em 1987, a inauguração do Museu Histórico em 1978, a abertura da Biblioteca Pública em 1948, o começo do Aeroclube em 1940 e a instalação da Praça Independência em 1935 – que, após, seria renomeada como a Praça Rui Barbosa.

A vela de aniversário também não podia faltar. Ela foi assoprada por todos após o canto, para a distribuição das fatias. 40 empresas e entidades, juntas da Prefeitura Municipal e da Câmara de Vereadores, uniram-se para viabilizar o bolo. A maioria era feita de pão de ló com doce de leite, mas, em alguns pontos de um metro para outro, viam-se pedaços no sabor laranja ou chocolate. Foi para agradar a todos os gostos.

Rosana de Oliveira e Almerinda Ferreira ajudaram a servir o bolo de 55 metros

O Aeroclube também participou, passando com aviões sobre o público e encantando, principalmente, as crianças. Das entidades doadoras do bolo, muitas também se prontificaram a servir as fatias. Foi o caso da funcionária pública Rosana de Oliveira. “Eu amo Montenegro. É minha cidade natal e eu adoro aqui. Além disso, pra mim, é um prazer servir os outros”, disse, entre sorrisos.

Trilha pelo Morro São João reuniu 250 pessoas
Passava das 7h30min de sábado quando os primeiros participantes começaram a se reunir ao pé do Morro São João. A trilha – outra das atrações previstas pelos 145 anos da cidade – não teve como foco apenas a subida e a admiração da bela paisagem. Ela foi a culminância do projeto “Montenegro. Eu curto! Eu cuido!”, que objetiva a conscientização em relação à preservação do meio ambiente.

famílias, turmas de algumas escolas como a EMEI Gente Miúda e a Álvaro de Moraes, membros dos Escoteiros Acácia Negra, participantes do projeto das Tribos, vereadores e membros da Prefeitura auxiliaram na colocação das plaquinhas. “É um trabalho coletivo”, resumiu Lisa Borchardt, uma das organizadoras.

Foram 250 pessoas que fizeram a subida, de acordo com a Brigada Militar. Dentre elas, famílias com crianças, turmas de escola, membros dos Escoteiros Acácia Negra, participantes do projeto das Tribos, vereadores, secretários municipais e até o Prefeito Kadu. Em grupo, eles carregavam placas com ditos como “Lixo zero”, “Preserve!”, “Pequenas atitudes. Grandes resultados”, que foram fixadas no decorrer de todo o trajeto.

Placas, como essa, agora estão em todo o decorrer do caminho até o topo

Ao todo, foram mais de 80 placas colocadas. A ideia nasceu em uma parceria entre a artista plástica montenegrina Lisa Borchardt e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, por meio da assessora Joana dos Santos e começou a se concretizar no início do mês passado, com a confecção do material. O plano é que a sinalização, no Morro, reforce o respeito das pessoas para que elas usem o espaço no futuro sem agredir a natureza.

Laura Müller de Castro, 65 anos, aproveitou a oportunidade para rever o topo do Morro São João. A última vez que ela havia feito a subida foi em 1970

“O legal é ver como é fácil fazer as coisas através das artes, das falas e dos desenhos. É o poder das artes para transformar”, resume a artista Lisa. “O morro é um símbolo de Montenegro. Eu noivei aqui em cima há 22 anos atrás. Então este é um momento de manifestar este carinho. Agora eu espero que todo mundo siga o que está nas placas na prática.” Em um extenso trabalho de confecção, o material que hoje está no morro foi feito com madeiras descartadas e materiais doados.

Cerca de 800 “mãos” se envolveram no projeto. “A gente só lançou uma sementinha. Aí os amigos abraçaram, os professores das escolas foram movimentando e as coisas aconteceram”, conta Lisa. Trezes escolas do município participaram da confecção do material, realizando oficinas com seus alunos. Ao lado de Lisa, a artista Rejane Rammé também auxiliou no projeto.

Idealizadora por parte da Prefeitura, Joana Santos destaca sua realização em ver a finalização da ideia e do trabalho. “Esperamos despertar essa conscientização, que todos saibam que podem fazer alguma coisa. Se vem aqui passear ou fazer um piquenique, que lembrem que não devem deixar uma garrafa ou um prato jogado”, coloca. Os buracos para as placas no decorrer da trilha haviam sido previamente feitos por servidores públicos para que os participantes fizessem a colocação.

Feita a subida e colocadas as placas, todos foram presenteados pela bela visão da cidade aniversariante que, mesmo com um pouco de neblina, dá um show à parte lá de cima. A imagem de São João Batista, também restaurada para o evento, foi outra atração que rendeu muitas selfies e orações.

Público lota Estação da Cultura
O cronograma de atividades em comemoração aos 145 anos de Montenegro foi finalizado em um de seus locais mais queridos dos montenegrinos, a Estação da Cultura. Grande público compareceu na tarde de domingo, 6, para aproveitar a tarde de clima agradável. Lá foram disponibilizados food truck, com alimentos variados e cerveja, além de produtos diversos. Beer e estandes diversos. Todos buscando já instalar sua cadeira próximo ao palco para assistir ao show de Paulinho Mixaria.

Paulinho Mixaria arrancou risadas do público

E o artista não decepcionou o público. Subiu ao palco pontualmente e arrancou muitos risos do público. Já começou citando uma conhecida antiga dos humoristas, a sogra, conquistando os montenegrinos logo na chegada. A diretora de Cultura, Priscila Nunes, estima em 4 mil pessoas o público. Ela considera que toda a programação de aniversário foi muito bem aceita pela comunidade, que prestigiou todas as atividades, porém, destaca que no domingo a tarde chegou a surpreender-se.

“Realmente um público muito bom compareceu. Desde cedo, famílias completas vieram para a Estação, o que nos deixa muito felizes. Durante os cinco dias de atividades tivemos interação da população, desde o concurso fotográfico, a feira de saúde, lançamento do livro e todos os demais”, festeja a diretora.

Lançamento de livro reúne relatos jesuítas
Uma viagem aos primeiros anos de colonização, enfatizada pela importância dos missionários jesuítas no progresso da região, é o que oferece a leitura do livro “História das casas: Um resgate histórico dos jesuítas no sul do Brasil – Paróquia Santo João Batista – Montenegro”.

O padre Inácio Spohr contou detalhes sobre o processo de criação da obra

Em 110 páginas, o livro relata acontecimentos marcantes no desenvolvimento do município, tendo como base um dos primeiros celeiros da Igreja Católica na região, a Paróquia São João Batista.

No desenvolver da leitura, é apresentado um cenário onde é possível perceber o empenho que padres e missionários jesuítas tiveram no apoio à população da época, meados do século 19. Dedicação não apenas no âmbito religioso, mas também com o trabalho junto à comunidade, que enfrentava inúmeras dificuldades, como escolas precárias e a falta de médicos e hospitais.

O livro reúne documentos como diários, correspondências, fotos, recortes de jornais,entre outros elementos que ajudam a contar a história

Para dar vida à narrativa, o padre Inácio Spohr, autor da obra, realizou um levantamento detalhado da história de paróquias, colégios e seminários. Assim, por meio de documentos como diários, correspondências, fotos, recortes de jornais, produziu um relato cronológico desses locais. A edição – 16º volume de uma série de livros que destacam algumas das principais obras da Companhia de Jesus na região sul do Brasil – mostra a realidade social, política, econômica, cultural e religiosa de 150 anos atrás, quando Montenegro ainda chamava-se Porto das Laranjeiras.

Para o lançamento do livro, que aconteceu na tarde do último sábado, 5, foi realizado uma roda de conversa na Estação da Cultura, onde o padre Inácio Spohr pode contar detalhes de como foi o processo de criação da obra. O evento contou a presença do bispo Dom Carlos Romulo, professores, vereadores e público em geral.

Feira de Saúde com dataque à prevenção
As pessoas que passaram pela praça Rui Barbosa conferiram as atrações da Feira de Saúde e gostaram do que viram, na última sexta-feira. O aposentado Pedro Gewehr, 68, afirma que é bom as pessoas estarem informadas sobre a prevenção e a saúde. Ele esteve na Unidade Móvel de Saúde recebendo orientações de higiene bucal para evitar o câncer de boca, lembrado pela campanha Maio Vermelho. Durante o exame, foi constatado que a região bucal de Pedro estava saudável, o que lhe deixou tranquilo.

Evento levou serviços de saúde gratuitos à população, na Praça Rui Barbosa, na programação de aniversário

Algumas pessoas não sabiam do projeto, era o caso de Elisabeth Ávila Eibs, 55, técnica em enfermagem. “Estou aqui pela primeira vez, pois o movimento chamou a minha atenção e aproveitei para verificar a pressão arterial, já que sou hipertensa”. Dentro das atividades de aniversário do município, a feira oportunizou atendimentos gratuitos à população, com o objetivo de alertar o público sobre a saúde pública.

Pedro realizou atendimento odontológico na Unidade Móvel de Saúde

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