90,8% do valor é previsto para Montenegro. Índice também engloba Pareci Novo, Brochier, Maratá e São José do Sul
Com o final do ano, chega o tão esperado 13º salário dos trabalhadores. O valor é aguardado para quitar dívidas e também para as compras, impulsionando a economia. Nos municípios da região, o montante a ser pago é considerável.
De acordo com levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – solicitado pelo Jornal Ibiá – R$ 54,7 milhões devem ser injetados na economia de Montenegro, Brochier, Pareci Novo, Maratá e São José do Sul com o “salário extra”, já contando as parcelas antecipadas.
Montenegro é o município que ficará com a maior fatia do valor. Com mais habitantes, R$ 49,6 milhões devem ser pagos aos montenegrinos com o 13º salário. Aqui são 19.784 trabalhadores formais registrados – índice que é 4,9% superior ao levantado em 2017.
Em relação ao valor total pago, notou-se um acréscimo de R$ 3,5 milhões em relação ao ano passado, algo que significaria um aumento de 0,69% em relação à inflação oficial prevista para o ano.
A maior parcela do montante a ser distribuído em Montenegro caberá aqueles que estão empregados na indústria de transformação – segmento que representa 41% do total e é seguido pelas prestadoras de serviço (27,9%) e pelos comerciários (12,6%).
Em média, o valor individual do 13º salário pago em 2018 é de R$ 2.510,88. Por segmento, a maior média deve ser paga aos trabalhadores da administração pública (R$ 3.709,16); e a menor aos trabalhadores da construção civil (R$ 1.725,69).
Em Brochier, a estimativa é que o montante chegue a R$ 1,39 milhão para 759 trabalhadores formais. Em Maratá, o valor é pouco maior que R$ 1 milhão para 492 trabalhadores. Em Pareci Novo, o valor é de R$ 1,728 milhão, dividido entre 865 trabalhadores. Já em São José do Sul, os 400 trabalhadores formais receberão R$ 895 mil. A média salarial nos municípios é de R$ 1.844,40, R$ 2,041,94, R$ 1.998,83 e R$ 2.237,57, respectivamente.
Para os índices, o Dieese leva em consideração os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Foram considerados todos os trabalhadores assalariados com carteira assinada, empregados no mercado formal dos setores públicos e privados que trabalhavam no ano de 2017, acrescidos do saldo de 2018, pelos números divulgados peloCaged deste ano.
Não foram levados em conta – pela indisponibilidade de dados – os trabalhadores domésticos, pensionistas, aposentados e servidores de regime próprio.
Maioria das pessoas vai usar o valor para pagar dívidas
Colocar as contas em dia ainda é o principal destino do 13º salário dos brasileiros. Neste ano, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (ANEFAC), os consumidores que pretendem para quitar dívidas já contraídas somam 86% dos assalariados do país. Comparado a 2017, houve aumento de 1,18%.
A pesquisa indica que a recessão, o desemprego maior e a inflação elevaram o endividamento dos consumidores. Para o professor de economia da Ulbra, Marcel Jaroski Barbosa, esses impactos poderiam ser minimizados a partir do comportamento dos consumidores.
“O ideal seria que as pessoas conseguissem viver de acordo com o seu padrão de vida, ou seja, conforme o seu salário. Assim, com a chegada do 13º, elas poderiam aumentar o patrimônio, fazer poupança ou financiar as férias desejadas”, explica. “Dependendo da situação, oriento que as pessoas destinem esse dinheiro para o pagamento dos impostos como IPTU e IPVA à vista. Assim, elas podem negociar e ganhar descontos, além de poder guardar um pouco na poupança, caso seja possível.”
Apesar dos altos índices de endividamento das famílias, 59,6% segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o professor destaca que o planejamento financeiro é a melhor ferramenta da população contra essa realidade. “Os gastos com moradia, vestuário, transporte e alimentação são relativamente previsíveis, ou seja, se o trabalhador conseguir pagar essas despesas com seu salário corrente e guardar um pouco para as despesas extras com impostos, ele poderá utilizar o 13º para outros fins”, observa. (IR)