ALUNOS das oficinas de teatro apresentaram três peças para o público
Na noite de quarta-feira, 06, o Ginásio Municipal Ângelo Gabardo se transformou em um palco de expressão artística e celebração da cultura local. A 13ª Mostra de Teatro de São José do Sul, promovida pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), reuniu alunos das oficinas de teatro para apresentações.
Com início às 19h30min, o evento contou com apresentações que envolveram crianças, adolescentes e adultos, sob a direção do professor Marcos Cardoso, da MC Produções Culturais. Ao todo, três grupos subiram ao palco, trazendo ao público uma amostra do trabalho desenvolvido nas oficinas de teatro, que há mais de uma década contribuem para o fomento cultural na cidade.
A 13ª edição da Mostra de Teatro de São José do Sul evidenciou o trabalho contínuo de formação de novos talentos no município. “Para nossa equipe da MC Produções Culturais é uma alegria muito grande estar apresentando essa mostra. Estamos há 13 anos com esse trabalho de oficinas de teatro em São José do Sul”, afirmou o professor Marcos Cardoso, idealizador e responsável pela direção e produção do evento. O trabalho das oficinas vai além da técnica teatral, proporcionando aos participantes um ambiente de autodescoberta e expressão.
Ele explicou que, nas apresentações deste ano, o público teve a oportunidade de acompanhar diferentes níveis de desenvolvimento dos alunos, desde os iniciantes até aqueles que fazem parte da oficina desde sua criação. “Tínhamos no elenco alunos que estão desde o início nas oficinas, e é muito bonito ver esse desenvolvimento deles tanto nas potencialidades humanas quanto no desenvolvimento artístico. A arte do teatro abre o olhar para diferentes possibilidades, e é isso que estamos proporcionando”, destacou o professor.
Durante a noite, foram encenadas as peças: “Livro Mágico”, do grupo Fala Muito; “Assalto ao Banco: Um Assalto Que Deu Errado”, do grupo Quadrado Dramático; e “Os Que Têm Hora”, do grupo Entre Nós.
O desenvolvimento pessoal através da Arte
Para Daniel Fagundes Guterres, aluno das oficinas e integrante do grupo Entre Nós, o teatro tem um impacto profundo não apenas no aspecto artístico, mas também no desenvolvimento pessoal. “Comecei nas oficinas de teatro em 2020, de forma remota, e desde então pude vivenciar o teatro de várias formas”, compartilhou Daniel.
Ele participou de diversas mostras e festivais ao longo dos anos, destacando o envolvimento do grupo em competições que renderam prêmios, incluindo o de melhor maquiagem em festivais estaduais. Para Daniel, o teatro é mais do que uma arte performática. “O teatro e a arte, de uma forma geral, são espaços de expressão. Muitas pessoas têm dificuldade em expressar o que estão sentindo, e o teatro oferece um ambiente seguro e acolhedor, onde isso pode ser trabalhado. Além disso, as oficinas nos ensinam habilidades como oratória, confiança e a capacidade de falar em público”, afirmou.
A importância de democratizar o acesso à arte foi outro ponto destacado por Daniel. “Não apenas consumam, mas também façam teatro, pintura, escrita, música, dança, cinema. A arte não tem idade, e não é só para crianças. Convido todos, jovens, adultos e idosos, a se envolverem com a arte, pois ela é transformadora”, conclui.
Solange Engel, que participa das oficinas de teatro desde 2021, destaca a importância desse tipo de espaço para o desenvolvimento pessoal e artístico. “Uma oportunidade maravilhosa e que deve ser abraçada com muito orgulho”, afirma. Para ela, as oficinas de teatro são fundamentais para o aprimoramento de várias habilidades, como criatividade, desinibição, responsabilidade, conhecimento e respeito, além de propiciarem um ambiente acolhedor para o crescimento de cada aluno. “Entendo que é uma forma em que podemos desenvolver nossas capacidades e nos tornarmos mais seguros de nós mesmos”, complementa, refletindo sobre o impacto positivo que o teatro tem em sua vida.
Neste ano, Solange teve a oportunidade de se apresentar pela primeira vez na Mostra de Teatro de São José do Sul, no espetáculo “Os Que Têm Hora”, do grupo Entre Nós. Ela explica que, no espetáculo, os atores não interpretaram um único personagem, mas passaram por várias figuras ao longo da história, conforme a sinopse da peça. “Não tínhamos um personagem fixo, mas passávamos por várias figuras para contar essa história”, conta. A peça se passa em um futuro distópico onde todos sabem a hora exata de sua morte, e os habitantes planejam suas vidas de acordo com o tempo restante. “Essa trama nos leva a refletir sobre a gestão do tempo e as escolhas que fazemos em nossas vidas”, finaliza Solange, destacando a relevância de abordar questões existenciais por meio da arte teatral.