Ação beneficente. Tradicional evento atraiu cerca de 400 pessoas, e muitas levaram seus “filhos” de quatro patas
O tradicional Chá da Associação Montenegrina dos Guardiões dos Animais (Amoga) foi realizado na tarde de sábado,7, no Clube do Comércio em Montenegro. Uma série de atrações marcaram a 10ª edição do evento. A presidente da ONG, Maria Luiza Kimura, acredita que todos os 400 convites colocados à venda tenham sido adquiridos. Para ela, a grande presença de público é sinônimo de que a população está mais preocupada com a causa animal. Descontadas as despesas para realização do Chá, o restante do valor arrecadado será usado para pagamentos de dívidas da Amoga, referentes a tratamentos, cirurgias e compra de medicamentos para animais, em estabelecimentos do comércio local. A deputada estadual Regina Becker Fortunati (PTB), acompanhada pelo marido, José Fortunati, prestigiou a iniciativa e prometeu engajamento para melhorar as condições dos animais na cidade.
Para Luiza, todas as edições anteriores foram especiais, mas comemorar 10 anos com sucesso de público é algo muito positivo, afirma. “É gratificante. A gente trabalha como voluntário pela causa animal, não queremos reconhecimento. Mas ver que existe esse reconhecimento é muito bom, nos mostra que estamos no caminho certo”, comenta. Ela, no entanto, lamenta que ainda exista muito descaso da população em relação aos animais. “As pessoas precisam se conscientizar sobre a importância das castrações e parar de abandonar os animais por aí”, enfatiza. A efetividade nas políticas públicas para os animais é outra questão que vem sendo buscada pela ONG. De acordo com Luiza, agora a Amoga conta com uma importante aliada nesta luta. “Temos o importante apoio da Regina
Fortunati que é uma das maiores defensoras da causa animal no Estado.
Regina comenta a importância da sociedade local compreender o trabalho feito pela Amoga. “Constata-se que as prefeituras do Brasil não assumem para si esta que é uma competência que lhes cabe. E o que acontece é que a sociedade civil organizada, entidades como a Amoga, é que acabam fazendo um trabalho que deveria ser financiado e mantido pelo poder público municipal”, sublinha. Regina lembra ainda que atualmente o país não conta com leis que exijam essa responsabilidade dos municípios.
Esta semana, a deputada pretende se reunir com o prefeito Carlos Eduardo Müller , o “Kadu”, com o objetivo de esclarecer que com poucos recursos é possível dar um passo importante em relação ao bem estar animal. “Os prefeitos ficam entre a necessidade de fazer alguma coisa e a dificuldade financeira. Um dado da Organização Mundial da Saúde mostra que para cada dólar investido na questão dos animais, significa economia de quatro dólares na saúde humana. Nós queremos política pública efetiva, controle de natalidade animal através de programas de esterilização de machos e fêmeas, cães e gatos, campanhas de vacinação, conscientização nas escolas. Eu venho a Montenegro pra justamente orientar sobre isso”, conclui Regina.
As atrações que marcaram o Chá da ONG
Um dos grandes destaques do evento foi a apresentação de dança da cadela Tekila. Ela acompanhada por seu adestrador, Arthur Wollman Soares, deu um show no palco do Clube do Comércio.
Tekila tem seis anos de idade. Seu treinamento começou ainda bem pequena. Todo o conhecimento do animal se deve ao trabalho dos irmãos Arthur e Anderson. Há 15 anos a dupla trabalha no adestramento de animais. Enquanto Arthur se apresenta com Tekila em eventos como festas de aniversário, Anderson fica nos bastidores, de olho em tudo que acontece.
Sob o comando da professora Débora Graciane Wittmann, quem também brilhou no evento foram as meninas do ballet. Com duas apresentações e participação no desfile canino, as pequenas encantaram a todos.
O Chá teve ainda a participação de tatuador, animação com palhaço, distribuição de brindes, venda de roupinhas para cães e doação de animais.
Amigas parceiras na adoção de animais
A relação de amizade entre a secretária executiva Andressa Bortolaso e a arquivista Graziella Cê é tão intensa quanto o carinho que elas demonstram pelos animais. As paixões de Graziella são os gatos Pipa e Buddhi, já a de Andressa é o cão chamado Geromel.
Morar em um apartamento, em Porto Alegre, não foi problema para Andressa quando resolveu adotar seus animais. A primeira a chegar foi Pipa. A gata foi adotada durante um dos chás promovidos pela Amoga. Cerca de dois anos depois, Buddhi apareceu na rua da casa dela e acabou sendo acolhido. O gato necessitou de cuidados, pois estava doente e debilitado, por isso, a atenção de Andressa precisou ser redobrada. Sendo assim, ela acabou ficando só com a dupla. Mas, tenta influenciar Graziella a também virar “mãe adotiva” de mais animais.
Este ano, novamente elas vieram juntas ao evento. Graziella afirma que não tem condições de ter mais um cão em casa, mas a amiga não desiste. “Eu estou tentando convencer ela a levar mais um”, diz Andressa.
Por outro lado, a estudante do curso de Educação Física Melina de Borba, moradora de São Leopoldo, mostra que “quanto mais, melhor”, a jovem tem seis cães. “Dois cães que eu peguei da rua. Se eu pudesse, levaria vários daqui para casa, mas se pegar mais um, eu vou para fora”, brinca.