Trabalhadores da coleta de lixo protestam na Prefeitura de Montenegro

COM CAMINHÕES lotados, grupo cobra atitude da Administração em relação a empresa responsável pelo transbordo

Um grupo de trabalhadores que realiza a coleta de lixo em Montenegro protestou em frente à sede da Prefeitura Municipal, na rua Ramiro Barcelos, no final da tarde dessa segunda-feira, 22. Motoristas e garis expressaram suas queixas sobre a dificuldade para executar suas atividades, devido à falta de organização e equipamento adequado por parte da empresa recentemente contratada pela Administração Municipal para fazer o transbordo dos materiais até Minas do Leão.

“Eu tenho 20 anos de trabalho em caminhão do lixo, eu nunca vi acontecer de tu não ter onde descarregar o lixo do município”, diz Marcos Linhares. Isso ocorre por que a central de armazenamento está lotada e os caminhões cheios, devido a atrasos no sistema de transbordo.

Claudia Moutinho, proprietária da KLL, empresa responsável pela coleta de lixo na zona urbana e rural de Montenegro (a chamada fase 1), explicou que a empresa contratada para o transbordo não está dando conta do serviço, o que estaria dando mais trabalho aos funcionários dela. “Não há exclusividade dos caminhões para Montenegro, e a falta de compromisso com os horários está gerando problemas para a empresa e para os funcionários. Este mês tem sido complicado”, afirmou a empresária.

Claudia diz que seus colaboradores estão trabalhando mais horas para compensar as falhas da outra empresa. “Eles não têm horário definido para começar ou terminar o trabalho. Além disso, a empresa usa caminhões inadequados, pequenos, o que causa mais problemas. Às vezes enviam cinco caminhões de uma vez, e nosso trator não consegue carregar tudo; em outros dias, não enviam nenhum. Não há uma programação consistente, e os caminhões acabam sendo enviados para outros municípios, deixando Montenegro desassistido.”

A empresária também mencionou que já se reuniu com o Executivo para buscar soluções. “Já estive na prefeitura duas vezes – na semana passada e hoje. Expliquei a situação. Isso está afetando a capacidade da minha empresa em atender ao município adequadamente. Eu deixei claro em uma reunião hoje de manhã que, nas condições atuais, é muito difícil trabalhar e atender o município. A empresa de coleta não consegue realizar seu trabalho de forma eficiente devido à falta de estrutura para armazenar o lixo.”

O problema com o recolhimento e transbordo do lixo foi noticiado pelo Ibiá em uma matéria veiculada no sábado, 20. Na ocasião, a Administração Municipal informou que a situação estava sendo normalizada, mas os trabalhadores da coleta afirmam que isso não ocorreu. No dia 14, os trabalhadores fizeram um protesto em frente ao Palácio Rio Branco, mas deixaram o local a pedido de Claudia.

Segundo Bruno de Paula, motorista da KLL, diante do atraso no recolhimento no perímetro urbano, na segunda semana de julho, as equipes foram orientadas a deixar para trás a coleta no interior. “Ficou muito lixo acumulado. Quando a situação foi normalizada, a carga de trabalho aumentou. Tem gari que está com a mão toda inchada de tanto carregar peso”, conta. “As pessoas reclamam do serviço, mas a culpa não é nossa”, afirma o motorista.
Nessa segunda-feira, moradores de vários bairros da cidade voltaram a ter atrasos no recolhimento do lixo.

O que diz a Administração Municipal
De acordo com a Administração Municipal, foi necessária a contratação de uma nova empresa, após a desistência da empresa anterior que realizava o serviço de transbordo para Minas do Leão. Esta nova contratada iniciou suas atividades na semana passada e está enfrentando dificuldades para acessar a estação temporária de transbordo, em Capela de Santana. Na nota da Prefeitura, não há informações sobre as medidas tomadas para resolver o problema após as reuniões citadas pela KLL.

Nesta terça-feira, 23, será realizada uma vistoria para avaliar a situação. A Administração destaca que os contratos estão em vigor, os pagamentos estão em dia, e o não cumprimento das regras resultará em penalidades para os infratores.

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