O Rio Grande do Sul está dando exemplo de união na luta contra a violência sofrida pelas mulheres. Em 2023, mais de 55 mil gaúchas denunciaram seus agressores, mostrando que não estão mais caladas diante do abuso cometido contra elas no cotidiano. Os resultados dessa coragem já estão aparecendo na queda dos índices de feminicídio no Estado. Entretanto, os números ainda assustam e provocam indignação.
Ao longo da minha trajetória, primeiramente atuando como delegada e chefe de polícia do Estado e agora na condição de deputada, sempre busquei intensificar o combate à violência. Trabalhei na criação das Salas das Margaridas, uma das medidas implementadas pela Polícia Civil para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher.
O espaço consiste em um ambiente separado do registro das demais ocorrências e exclusivo para o atendimento das vítimas. Esse é apenas um exemplo vindo do poder público, mas temos também que nos engajar em movimentos oriundos da união da sociedade em torno do combate à violência.
Quero falar do “Signal for Help” ou “Preciso de ajuda”, na tradução para o português. Criado pela Canadian Women´s Foundation, ONG canadense de proteção à mulher, o “Signal for Help” se espalhou pelo mundo 2020. As mulheres são orientadas a usar uma linguagem não verbal para alertar outras pessoas sobre a violência sofrida. O gesto é simples, discreto, basta levantar a palma da mão e esconder o polegar sob os dedos, fazendo isso em direção a pessoa a quem se pede ajuda, sem colocar sua segurança em risco.
Em momentos de angústia, quando a violência doméstica toma conta do lar ou quando a mulher se encontra em um ambiente inseguro, cada segundo é crucial para evitar o pior. Saber pedir ajuda é fundamental, assim como saber identificar um pedido de socorro é vital nessa luta. Por isso é importante divulgar esse sinal.
Eu estou na luta para difundir o “Signal for Help” buscando que mais pessoas se engajem e compartilhem dessa informação. Imaginem um mundo onde todas as mulheres se sintam seguras e livres. Esse futuro é possível, e podemos construí-lo juntos.