O sino da estação

Sou do tempo da Hora Cívica na Escola. Lembro bem das aulas de OSPB e de Moral e Cívica com a Professora Neusa no Polivalente. Das aulas de História do professor Jaime Zanchet. Antes de iniciar o dia íamos todos em fila, e tinha que estender o braço sobre o ombro do colega para manter a distância certa (hoje a pandemia nos força isso). Formávamos e cantávamos o Hino Nacional.

Depois tinha que interpretar o texto. Explicar o que queria dizer: “O sol da liberdade em raios fulgidos”. Eu mal entendia o que era liberdade, como iria saber que raio era fulgido?

Tinha que dizer o que entendíamos por “penhor desta igualdade”, o que era para nós “o lábaro estrelado”. O que era um “lábaro”? Fulguras oh Brasil, florão da América. Nem imaginava que o Brasil era o florão da América. Quanto mais que devia fulgurar. Enfim, éramos obrigados a aprender o significado do que estávamos cantando. Já pensou o perigo que seria tentar interpretar hoje as letras da Anita ou do MC Kevin ou da Jojô Todinho? Melhor não. Mas voltando ao Hino Nacional, é por isso que me emociono quando canto o Hino Brasileiro. Arrepio-me ainda.

Talvez o arrepio tenha a ver com estas experiências juvenis na escola, algo atualmente em desuso. E pode ser até perigoso, imagina se o STF julgar que é antidemocrático? Onde já se viu estes sentimentos patrióticos? Sei lá, vá saber. Pode aparecer de repente a minha porta, um mandado do Alexandre de Moraes. Imagina.

Mas o que eu queria dizer sobre cantar o Hino Nacional é que nesta semana o cantamos efusivamente na Estação da Cultura. Foi recebido o Fogo Simbólico da Pátria trazido pela Liga de Defesa Nacional. Cerimônia muito bem preparada pelo setor de Cultura, onde também foram homenageados o coronel da Reserva da BM Álvaro Raul Cruz Ferreira e a médica e funcionária publica Belkis Mari Stoffel Efrom.

Juntamente com o fogo simbólico, voltou à Estação um equipamento também simbólico. Sinônimo dos áureos tempos ferroviários: O sino da Estação. Sino esse que anunciava as chegadas, mas principalmente as partidas dos trens levando Montenegrinos para os mais diversos destinos.

O artefato estava com a família do Coronel Álvaro, que coincidentemente nascera ali mesmo, no recôndito da Estação, há quase 70 anos. O sino volta ao seu lugar e, se antes anunciava partidas, rogamos agora que anuncie a chegada de UMA NOVA CIDADE para todos nós.

A esses dois eventos ocorridos, juntemos a vinda do Ministro do Turismo Gilson Machado Neto, na semana passada. Na comitiva que o acompanhava estavam também o Senador Luís Carlos Heinz e os deputados federais Osmar Terra e Hélio Lopes.

Simbólico também, pois coloca novamente Montenegro no mapa nacional. Prefeito e vice já tinham sido recebidos pelo próprio presidente da republica dias atrás. Posso estar enganado, mas fazia tempo não se via a cidade tão próxima de onde as coisas acontecem e de onde sai os recursos para colocar em praticas projetos que melhoram o atendimento ao cidadão.

A lei da semeadura não falha, tudo que se planta colhe e estamos plantando hoje relações, que esperamos nos permita colher resultados logo ali na frente para o bem da cidade.

O Sino voltou à estação e recebemos o Fogo simbólico da Pátria. E me arrepiei cantando o Hino Nacional. Estava lá entoando “e o Sol da liberdade em raios fulgidos, brilhou no céu da pátria neste instante”

Liberdade. Ai que medo…

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