A Lei do retorno é infalível. É bíblica e diz que tudo que se planta, colhe. Ou seja, se plantarmos coisas boas receberemos de volta coisas boas. Se plantarmos raiva, discórdia, fofoca, mentira, ingratidão, com toda certeza colheremos tudo isso de volta. Mais dia menos dia você receberá de volta aquilo que fez.
No Polivalente eu tinha um colega de classe que era a cara do Cascão, aquele personagem das histórias em quadrinhos do Maurício de Souza. Cascão é o amigo do Cebolinha e da Mônica. Cresci lendo estes gibis, tinha até uma coleção guardada com muito carinho numa caixa debaixo da cama.
Este meu colega era o Xerox do Cascão. Fisionomia, roupas, e até o cabelo igualzinho. Pois bem, naquela época era legal colocar apelidos nos outros, principalmente nos colegas de escola. Todos tinham apelidos e eu resolvi colocar o apelido de cascão nele.
Aqui entra a lei do Retorno, pois o apelido caiu em mim. Começaram a me chamar de Cascão e por muitos anos eu era o Cascão. Que coisa. Até hoje alguns colegas daquela época quando me encontram me tratam por este apelido.
Apelidos, aliás, tenho vários. Na infância para os familiares eu era o Nêgo. Na escola virei Cascão. No futebol do América era Gonzaga, na empresa era Baixinho e hoje sou o Vladi. Mas Cascão confesso que não gostava e esta é outra lei que não falha: Se você ficar brabo com o apelido, daí que ele pega. Fui alvo da lei do retorno, quis tirar sarro de um colega a acabei virando o motivo do sarro.
Por isso, cuidado com o que você deseja aos outros. Cuidado com o que você faz aos outros. Não tente prejudicar alguém porque o prejudicado poderá ser você. Não acuse alguém sem provas, não queira chantagear alguém. Cedo ou tarde você será acusado e terá que se explicar e, caso tenha culpa no cartório, a situação pode ficar contra você. E com toda certeza terá de volta todo mal que pensou para o outro.
Tenho dito que o ser humano é o pior animal deste mundinho em que vivemos. Você não vê um cachorro tentando prejudicar o outro. Mas o homem sim. Temos ciúmes do sucesso do outro. Temos inveja se alguém está melhor que nós. E sentimos prazer quando o outro vai mal.
Porém o mal que desejamos a outrem cairá sobre nossos ombros logo ali. Noventa por cento do tempo das rodinhas de conversas é falando da vida alheia e tripudiando sobre a desgraça do outro, esquecendo que a nossa vem a galope. Tenho muitos defeitos, mas ter inveja não está entre eles. Preocupo-me apenas com a minha vida, que já tem problemas de sobra.
Chegamos ao final de um ano bastante trabalhoso. Com muita coisa boa, mas também algumas nem tão boas assim, com muita coisa feita, mas ainda com muito por fazer. Sempre haverá o que fazer, ainda mais em uma cidade que ficou estagnada por 4 anos. Que o novo ano iniciado esta semana seja de vitórias em todas as áreas de nossas vidas, que possamos desejar aos outros o mesmo que desejamos para nós. pois assim estaremos atraindo bênçãos ao invés de maldição. Feliz 2023 a todos nós.