Gosto das metáforas bíblicas. Sou muito fraco para escrever textos eruditos. Minha inteligência não alcança, reconheço, então os textos sagrados me atraem porque acredito que tem o Dedo do Eterno.
Uma das histórias bíblicas que mais me atrai e fascina é a de José. Era o ultimo dos 12 filhos de Jacó. Jacó, você sabe, era neto de Abraão o pai da Fé, aquele que ia sacrificar o próprio Filho Isaque a pedido de Deus. Abraão também é o patriarca tanto de Árabes quanto Judeus. Pois bem. Voltando a José, o bisneto de Abraão, a historia conta que ele foi vendido pelos seus irmãos.
Foi preso em um buraco e vendido a mercadores egípcios pelos próprios irmãos. Daí você me pergunta: Porque seus irmãos o venderam? Porque prenderam num buraco? O que ele fez de tão horrível aos seus irmãos que eles tinham tanto ódio dele a ponto de vendê-lo? Nadica de nada. Apenas era o filho mais amado de Jacó, ou seja, seu pai gostava mais dele que dos outros. Ciúmes. Esse foi o motivo para atrair a raiva de seus irmãos contra si.
Ciúmes é um sentimento feio. Horrível. Que acaba corroendo seu hospedeiro. O ciumento não aguenta o sucesso alheio. O ciumento se preocupa mais com a vida do outro do que com a sua. O ciumento pode estar na sarjeta, mas se tem alguém com ele, tudo bem. O problema é quando tem alguém em melhores condições que ele. Ciúmes. Inveja.
Leia a História de José em Gênesis e verás que tudo era um plano do Altíssimo para que mais tarde José salvasse seu país da fome, incluindo aí toda sua família. Todos seus irmãos foram até o Egito pedir socorro. E foram atendidos pelo segundo no reino, que era exatamente José. Ele não jogou na cara dos irmão seu sucesso. Não. Ao invés disso usou seu posto para abençoá-los. Posto este alcançado pela confiança e revelações feitas ao Faraó. Fascinante.
Quão detestável é a inveja. Ouvi dia desses, numa entrevista na TV, um consultor falando exatamente esta frase: “O ápice da felicidade é quando o sucesso do outro não me incomoda”. Uau. Profundo. E verdadeiro. Quando deixo de me preocupar e ficar incomodado se o outro está indo bem, então sou feliz.
Será que conseguimos? Não ficar incomodado com o sucesso alheio. Com o brilho do outro. Com o Sucesso do outro. Temos vivido dias cada vez com menor privacidade em nossas vidas. Redes sociais estão aí para desnudar (não no sentido literal) tudo de todos. Ainda que existam muitas fantasias e superficialidades ou mentiras nos nossos álbuns do Facebook, o certo é que sucesso atrai inveja. Quando postamos algo positivo materialmente falando, logo aparece alguém para questionar: “Tem que estar roubando” ou “está envolvido com o “tochico”. Pura inveja. Tem razão o consultor. Esta gente não é feliz.
Na administração pública não é diferente. Nosso sucesso ofusca os invejosos. Os elogios machucam os despeitados. Felizmente, o prefeito Gustavo e todos indicados por ele não são revanchistas nem rancorosos. Como José, temos atendido a todos. Mesmos alguns que foram adversários na campanha Fomos adversários, não inimigos. Montenegro está atrasada. Se fizermos política com ódio, estaremos nos nivelando por baixo e continuaremos sem atender a expectativa do cidadão. Entendemos que, passada a eleição, somos administração de todos e para todos.