A importância das palavras impressas

Estávamos visitando o tradicional Café Colonial da Comunidade Evangélica de Campo do Meio. Além de mim e o prefeito, estavam o vice Cristiano Braatz, o Silvio Kael, o Renan Boos e o Rafael Cruz. O Ginásio estava abarrotado de pessoas, tanto daqui quanto de outras cidades.

O prefeito Gustavo Zanatta não conseguia dar dois passos sem que fosse parado nas mesas para cumprimentar os moradores da localidade que o paravam para parabenizar pelo excelente trabalho em pouco mais de um ano de administração. Em uma das mesas, um senhor com forte sotaque germânico característico do nosso interior dispara:

– Parabéns prefeito, excelente trabalho, mas me diz uma coisa: Qual de vocês escreve uma coluna do Jornal Ibiá?

Fiquei meio sem jeito, e respondi: – Prazer, sou eu. Eu que escrevo. Vladi Gonzaga, seu criado para serviços leves, brinquei. Temendo a reação dele, pois não tinha esta intimidade.

– Gosto muito da tua coluna, não perco uma, ele responde.

Nesse momento tive ainda mais certeza da importância do Jornal Ibiá para Montenegro. Quando fui convidado a escrever uma coluna de opinião semanal sabia que iria atingir milhares de pessoas, mas não tinha noção do quanto. Vi ali que o interior abastece-se das informações locais pelas páginas do Ibiá. Nessas localidades nem sempre tem internet. O Jornal talvez seja a primeira e única fonte de informação. Receber um retorno assim, além de encher-nos de orgulho, mostra o alcance do Ibiá para as comunidades, principalmente interioranas.

E tem sido assim ao longo destes dois anos emitindo opinião ou compartilhando um pouco da minha história com os milhares de leitores do Ibiá. É assim quando recebo mensagens de Whatsapp do Heraldo Barreto ou do Julio Kranz, ou ainda quando a professora Nica me chama opinando sobre algo que escrevi. Da mesma forma quando encontro o professor Lauri e relembramos as histórias do Polivalente, ou nas outras várias manifestações a respeito da minha opinião ou de alguma reportagem que “saiu no Ibiá”.

O Jornal completa 40 anos amanhã. Nessas quatro décadas, capitaneadas pelas competentes Mara Rubia Flores e Maria Luiza Szulczewski, fomos abastecidos por informações, reportagens, projetos e eventos especiais. Antes, alguém com essa idade poderia ser considerado velho e ultrapassado, hoje é um Guri com todo gás para continuar inovando e se reinventando para manter a competitividade no mercado da informação.

Quem não se lembra do caso do Tarado Mascarado? Ou das inúmeras eleições onde o perfil de cada candidato é exposto nas páginas do diário para que o eleitor tenha subsídios a sua escolha na urna? Ou ainda dos diversos programas como, por exemplo,os projetos Olho d´agua e Viva Bairro?

Além da informação, o Jornal mantém nesse período, a defesa intransigente da comunidade e por suas colunas já passou desde líder comunitário a Senador da República. Fico honrado em fazer parte de um time desses. Ninguém se mantém por tanto tempo, ainda mais numa pequena cidade do interior, sem competência e qualidade. Mesmo hoje, na era da informática e dos conteúdos on-line, que modificou a forma de divulgação da notícia, nosso Jornal Ibiá se reconstrói para continuar vivo “digitalmente” sem negligenciar os leitores de “papel” como o senhor de Campo do Meio citado no início desta coluna. Às vezes até enfrentando crime cibernético que se aproveita da terra sem lei da World Wide Web.

Parabéns ao Ibiá. Parabéns a Mara e a Lica, parabéns a toda equipe do Jornal, desde o entregador ao chefe de redação. Na verdade, parabéns a todos nós, Montenegrinos que podemos disfrutar das páginas da história por quatro décadas estampados no, agora, quarentão Jornal Ibiá. É um guri…

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