Um dos pecados que o gabinete do ex-prefeito Kadu Müller cometeu foi não ter um setor de comunicação eficiente. A sobrepesar, eventuais críticas de jornalistas dos principais meios da Imprensa local. Textões e profusão de fotos em redes sociais não fazem a comunicação de um governo.
O governo que completa um mês no arruinado palácio Rio Branco, como um time do Coudet, começou o jogo com marcação alta, no ataque, enfurnando os adversários em seu próprio campo, não permitindo os quase sempre mortais contra-ataques.
Zanatta e Braatz têm se revezado nos compromissos oficiais.O gabinete do vice é um dos mais ativos da atual administração, ainda mais se comparado com os últimos governos que terminaram sem vices.
De atos simbólicos, como a redução dos valores das diárias do prefeito às vésperas de uma viagem política à Brasília, às ações mais concretas em busca de soluções para problemas quase sesquicentenários, os guris têm se puxado.Um gaiato metido a sábio diria que vassoura nova varre bem.
Fato é que têm buscado cumprir a promessa de causar impacto nos primeiros dias de governo. Se tais impactos serão definitivos e positivos a ponto de resolverem as vidas dos desassistidos pagadores de impostos, ou meramente, digamos, efeitos especiais – aqueles que tornam mais artísticas as cenas, mas não alteram a sinopse da história -, veremos a seguir.
Não há graça nenhuma quando fisgamos o maior peixe e não podemos aumentar-lhe o tamanho em conversas de pescadores. Não se faz um governo sem divulgação eficiente e neutralização de críticas.
Zanatta foi pragmático. Levou a imprensa para dentro do gabinete. Jornalistas de jornal, rádio e TV foram cooptados dos meios em que se desempenhavam para comporem a assessoria de comunicação do novo governo. Empregando quadros importantes da imprensa, tende a melhorar a comunicação oficial e, claro, diminui as chances das críticas mais credíveis, deixando para as viúvas dos cargos comissionados o falatório desembestado.
As empresas de comunicação pagam mal a seus talentos e os perdem. Um CC desprovido de capacitação ganha mais que um jornalista.
Minha fonoaudióloga certa vez, em uma sessão, me perguntou porque eu não estava trabalhando no rádio. Porque preciso ganhar a vida, respondi-lhe.