Montenegro enfrenta, há anos, problemas graves relacionados ao abastecimento de água. São frequentes os rompimentos em dutos, a lentidão nos reparos e o retorno do serviço com água de baixa qualidade, frequentemente turva e imprópria para consumo. Essa situação, além de comprometer o dia a dia da população, expõe a falta de eficiência da concessionária responsável.
As dificuldades não param por aí. Há relatos constantes de reparos malfeitos, que necessitam de novas intervenções em curto prazo. A falta de sinalização adequada nas áreas de conserto coloca em risco a segurança da comunidade, enquanto o recapeamento das vias danificadas demora semanas ou meses para ocorrer.
O impacto não é apenas operacional; também é comunicacional. Quando ocorrem problemas, a população fica sem respostas claras ou precisas. Até mesmo a imprensa, que poderia servir como ponte entre a concessionária e os cidadãos, enfrenta barreiras para obter informações locais.
Recentemente, outra situação alarmante agravou o cenário: após um rompimento nos dutos, o retorno do abastecimento trouxe água com coloração barrenta e partículas de areia. Este é o produto que os consumidores recebem, enquanto continuam pagando tarifas sem desconto ou compensação.
Perguntas fundamentais precisam de respostas. Como a concessionária controla a pressão nos dutos? Por que demora tanto para fechar as adutoras quando ocorre um rompimento? Quem é responsável por assegurar que a água distribuída esteja dentro dos padrões de qualidade?Além disso, a questão do tratamento de esgoto segue pendente, mesmo com um contrato estendido até 2062. A promessa de investimentos, como a ampliação da reservação para bairros mais altos e a construção de uma estação de tratamento de esgoto, não foi cumprida. A inércia em solucionar problemas crônicos, somada à falta de transparência, alimenta a indignação dos munícipes.
Como presidente da Câmara de Vereadores de Montenegro, protocolei uma representação ao Ministério Público para exigir respostas e ações concretas da concessionária. Ato este que já havia feito por diversas vezes anteriormente, porém agora com mais força ainda, através da Mesa Diretora eleita para o exercício de 2025. É inadmissível que uma cidade do porte de Montenegro ainda enfrente desafios básicos como o acesso à água tratada de qualidade e serviços de saneamento adequados.
Nossa luta é por dignidade. Água potável e boa infraestrutura não são privilégios, mas direitos essenciais. Reitero o meu compromisso, assim como da Câmara, em buscar soluções e cobrar, incansavelmente, por melhorias. A população de Montenegro merece respeito e um serviço à altura de sua importância.