A popularização das redes sociais no país, um fenômeno relativamente novo entre nós, tem ganhos importantes para a sociedade. No Facebook, por exemplo, é possível rever amigos, trocar mensagens e compartilhar conteúdos. O Whats app, um aplicativo de celular que oferece as mesmas possibilidades, para muitos usuários, está substituindo o próprio telefone a custo quase zero – precisa apenas ter internet. Tudo isso é maravilhoso, não fosse por um detalhe super importante: muita gente não sabe usar. A quantidade de informações falsas que transita nesses meio é incalculável. Como uma grande parcela da população não está preocupada em checar o que lê antes de “curtir” e “compartilhar”, o ambiente digital está se transformando numa ferramenta de manipulação. O que é perigoso para a própria Democracia.
Veneno – O processo de desinformação que viceja no Facebook e no Whats app costuma servir a interesses políticos. Em períodos eleitorais, por meio de perfis falsos, muitos candidatos tiveram sua honra e dignidade atacadas, de forma rasteira, sem chances de se defender. Contudo, como o mundo dá voltas, sempre chega um dia em que são obrigados a experimentar seu próprio veneno. E aí reclamam.
Dois casos – Na sessão da última quinta-feira, o vereador Talis Ferreira (PR) abordou o assunto em sua passagem pela tribuna da Câmara. Em poucos dias, ele viveu duas situações em que denúncias não passaram de notícias falsas. Primeiro, espalharam a “notícia” de que o Posto de Atendimento Médico, na Rua Olavo Bilac (Centro), estava sem pediatra. Talis foi até o local e constatou que era uma deslavada mentira e que as consultas ocorriam normalmente. Depois, alguém muito mal intencionado divulgou que a Secretaria Municipal da Saúde havia suspenso o transporte de pacientes até os hospitais e clínicas de Porto Alegre. Novamente, era um boato falso.
Falsos – Infelizmente, é difícil identificar a origem desse tipo de safadeza. Em geral, os autores criam um perfil falso, lançam a mentira e a compartilham com os “amigos”. E estes com os seus. Rapidamente, milhares de pessoas tomam conhecimento e, ainda que se tente desmentir, é impossível alcançar a todos que tiveram acesso à mentira. E tem mais: como a credibilidade das instituições não anda muito grande, apesar dos desmentidos, muitos seguem acreditando naquilo que leram.
Prejuízos – Diante de situações desse tipo, é preciso analisar algumas questões. A primeira delas: a quem interessa esse tipo de distorção, que tem a própria comunidade como vítima? No caso da falta de pediatras, por exemplo, quantas famílias terão ficado em casa com seus filhos doentes ao saber que, no Pam, supostamente, não havia médicos? E quanto ao transporte de doentes, como são pessoas já fragilizadas pela enfermidade, certamente não precisariam ter tido mais esta preocupação.
Exemplos – A situação é tão preocupante – não só no Brasil – que os criadores do Facebook estão desenvolendo mecanismos para identificar as informações falsas e bloquear os perfis responsáveis pelo seu compartilhamento. Enquanto isso não acontece por aqui, ajudaria bastante se os próprios políticos, na ânsia de atingir seus oponentes, não usassem as redes sociais para destilar veneno. Em qualquer ambiente, nossa maior carência é de bons exemplos.
Sempre na espera
Desrespeito. Não há palavra mais adequada para definir o que acontece diariamente com as dezenas de montenegrinos que precisam fazer a Carteira de Identidade ou obter uma segunda via. O serviço funciona junto ao prédio do Sine e possui apenas duas funcionárias, que atendem a 20 fichas por dia, afora alguns agendamentos feitos pela internet. Lógico que não é suficiente e isso obriga as pessoas a madrugarem para ter acesso a um serviço básico. Alguns chegam a ir cinco vezes até que finalmente conseguem. E o pior: a pé, porque nesse horário as opções de transpore são poucas.
Agenda – É verdade que existe a opção do agendamento pela internet, mas essa possibilidade é muito mal divulgada e poucos sabem que é possível. Além disso, nem todos os lugares da cidade possuem sinal. Sem falar no custo do acesso, que está se tornando proibitivo para muitas famílias.
Cafezinho – A solução do problema é simples. Demanda a contratação de mais um ou dois funcionários. Lógico que o governo do Estado não parece disposto a fazer isso, embora, em outras repartições, haja CCs de braços cruzados, especialistas em tomar cafezinho e fazer fofocas. Deve ser uma questão de prioridade.
Gravata
Quem o conhece sabe: o vereador Juarez Vieira da Silva (PTB), com sua fala mansa, é um agregador, sempre disposto ao diálogo. Característica que traz da vida religiosa, como pastor. Também é da igreja que vem o hábito da gravata, que ele faz questão de usar todas as quinta-feiras à noite, no momento mais solene do trabalho legislativo.
Rapidinhas
* Prefeito Aldana anda incomodado com a equipe de fiscalização de tributos. Ele está convencido de que o Município vem perdendo milhões em receitas por falta de ações mais efetivas de cobrança.
* A advogada Letícia Schommer está deixando a Câmara de Vereadores desfalcada. Depois de vários anos assessorando Rose Almeida (PSB) e, agora, na condição de consultora jurídica, ela pediu exoneração do cargo. Mais uma grande perda.
* A mesa diretora da Câmara convidou o advogado Adriano Bérgamo para a função. Ele já vinha realizando trabalho semelhante em Pareci Novo e assume o novo desafio na segunda-feira.
* Ex-vereador Carlos Einar de Mello (PSB) ocupará o cargo de diretor de Agricultura do governo. O problema é que, para acomodar o aliado, Aldana teve de mexer em outro. Estevão Carpes, que desempenhava estas funções, foi rebaixado.
* A passagem de Marcelo Silva pelo comando da Defesa Civil, em substituição a Amoreti Tavares, é temporária. Um oficial do Corpo de Bombeiros deve ser nomeado para a função em breve.
* O vice-prefeito Carlos Eduardo Müller, o Kadu, está sendo assediado para concorrer a deputado estadual no ano que vem. É um “esquenta” para a campanha a prefeito em 2020.
* Vereador Cristiano Braatz (PMDB) propõe a realização de uma importante reunião, nos próximos dias, sobre a situação do Parque Centenário. Interditado para qualquer ação que requeira energia elétrica, aos poucos, deixa de servir à comunidade.
Pedágio na Tabaí
O programa de concessão de rodovias federais a ser implantado no Rio Grande do Sul prevê, para a Tabaí-Canoas, praças de cobrança de pedágio em Montenegro, perto da ponte sobre o Rio Caí, e outras três cidades. No município, a tarifa prevista é de R$ 6,20. A implantação pode representar um ganho para o desenvolvimento, já que a infraestrutura de transportes vai melhorar. O problema é que, mais uma vez, é o contribuinte que terá de pagar por isso, embora já recolha impostos em tudo que consome justamente para que o governo faça estas melhorias.
Despesa extra – É fundamental que nossas lideranças fiquem atentas, pois cada um de nós, quando se deslocar a Porto Alegre, por exemplo, terá esta despesa extra. Para quem tem dinheiro, os R$ 6,20 da tarifa podem não representar muito, mas em 22 dias úteis de um mês, o saldo será um baque importante no orçamento dos assalariados.