Entre os anos de 380-390 d.C. surgiu em Roma um monge britânico chamado Pelágio, que logo fez muitos adeptos e simpatizantes de suas ideais. Quais eram estas ideias? A principal seria de que o homem era totalmente responsável por sua própria salvação, ou seja, que cada pessoa poderia, com seu próprio querer e vontade alcançar a salvação. Isso diminuía (quase anulava) o papel da graça divina. Chegavam a afirmar que Cristo apenas deu o exemplo de como alcançar a salvação, mas que não a tinha conquistado para nós por meio da cruz. Segundo a heresia pelagiana, a salvação era alcançada como mérito (recompensa pelo esforço). Santo Agostinho se opôs fortemente a estas ideias, afirmando que nós herdamos o pecado original dos nossos primeiros paise,que, sem a graça de Deus, seria impossível a salvação. Ou seja, segundo Agostinho e a fé da Igreja, só somos salvos porque Deus é bom e nos concede Sua graça que nos justifica e redime.
Mas por que estamos contando esta história? Porque parece que a heresia pelagiana se repete, retorna nos nossos dias com nova roupagem, nova maquiagem. Percebemos esta tendência no campo político e social quando se fala em meritocracia, mas não menos presente no contexto religioso. Sobre isto o Papa Francisco afirma: “Ainda há cristãos que insistem em seguir outro caminho: o da justificação pelas suas próprias forças, o da adoração da vontade humana e da própria capacidade, que se traduz numa autocomplacência egocêntrica e elitista, desprovida do verdadeiro amor”. (Gaudete et Exsultate, n° 57)“Quem se conforma a esta mentalidade pelagiana ou semipelagiana, embora fale da graça de Deus com discursos edulcorados, ‘no fundo, só confia nas suas próprias forças e sente-se superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico’”. (Gaudete et Exsultate, n° 49) Cuidado com esta postura nada cristã!
Esta é a boa nova central da Liturgia deste Domingo: Deus quer que todos sejam salvos! Mas Ele sabe da nossa limitação e incapacidade de ação por nossas forças; por isso, a obra da salvação é pura graça que nos justifica e capacita para a santidade. Neste contexto podemos entender o Evangelho (Mt 20, 1-16a): Deus é o Patrão que sai para contratar trabalhadores para a sua vinha, ou seja, para comunhão com Ele. Não importa quem chegou primeiro, quem trabalhou mais ou menos, todos receberão o mesmo pagamento. Deus não pensa na lógica da meritocracia, mas na lógica da graça e do perdão (Cf. Is 55, 6-9). A salvação, por mais que exija nossa participação (o trabalho na vinha), não é obra nossa. É graça de Deus. Que o Senhor nos ajude a superar esta mentalidade meritocrática/pelagiana que as vezes invade nosso coração e a compreender que “Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
Pe. João Vítor Freitas dos Santos
PROGRAMAÇÃO SEMANAL:
18.09.2020 – Sexta-feira
18h30 –Missa na Catedral*
19.09.2020 – Sábado
15h30 – Missa na Comunidade Nª Sra do Rosário
16h – Comunidade Pinheiros
17h – Missa na Catedral*
17h30 – Missa na Comunidade Nª Sra dos Navegantes
19h- Missa Comunidade Imaculado Coração de Maria
19h – Missa Comunidade Santo Antônio
20.09.2020 – Domingo
7h- Missa na Catedral
8h30 – Missa Comunidade Bom Pastor
9h- Missa na Catedral **
10h – Missa Comunidade Nossa Senhora das Graças
18h- Missa na Catedral
21.09.2020 –Segunda-feira
18h30 –Missa na Catedral*
20h – Terço comunitário interativo na Comunidade Nª Srª das Graças**
22.09.2020 – Terça-feira
18h30 – Missa na Catedral*
23.09.2020 – Quarta-feira
18h30 – Missa na Catedral *
24.09.2020 – Quinta-feira
18h30- Missa na Catedral*
*com transmissão AO VIVO via Facebook da paróquia;
** transmissão pela rádio América Am 1270 e YOUTUBE – Catedral São João Batista – Montenegro/RS).
LEMBRETES:
1. As missas são presenciais com capacidade reduzida (25% da capacidade de cada Igreja).
2. Sentar-se nos lugares demarcados na igreja;
3. Estar durante a missa com Máscara;
4. Higienizar as mãos na entrada com álcool gel.