A liturgia da palavra deste domingo propõe o perdão como tema central, apresentando clara continuidade com a do domingo passado, que tratou da correção fraterna, atitude que exige a capacidade de perdoar reciprocamente. Junto com o amor, o perdão constitui o núcleo central do ensinamento de Jesus, por isso é elemento essencial para a vida da Comunidade Cristã e de cada pessoa em particular. Esse tema é tratado de modo mais claro na primeira leitura do Eclesiástico e no Evangelho de São Mateus.
Pedro queria estabelecer um limite ao perdão dado a um irmão no máximo, sete vezes. O Mestre corrige: não sete vezes, mas setenta vezes sete. Segundo Mateus, a questão em pauta são as dívidas entre irmãos da comunidade e o modo como são chamados a conviver. Jesus ilustrou o caso com a parábola do rei e seus empregados, para mostrar a disparidade existente entre o agir de Deus e o agir humano. O texto do Evangelho trata de um princípio de vida cristã: a necessidade de perdoar e reconciliação. Dois elementos para a convivência fraterna e pacífica numa comunidade.
A dívida do empregado era impagável. O valor em dinheiro dos bens familiares somados seria irrisório em relação ao montante devido. Com sua súplica, ele consegue comover o patrão, ele perdoa a enorme dívida. Nossa dívida com Deus pode ser considerada impagável, em contrapartida, o perdão Divino é imensamente generoso.
Não obstante essa experiência do perdão recebido, o devedor perdoado torna-se um credor em uso impiedoso com seu companheiro, que lhe devia um pequeno valor. A súplica do companheiro foi inútil, e o outro mandou prendê-lo até pagar tudo o que ele devia. Não levou em conta a compaixão que tinha sido alvo, nem conseguiu estender ao próximo que havia recebido.
A parábola ilumina a relação entre Deus e os seres humanos e a relação destes entre si. Na oração do Pai-Nosso, encontramos o critério que pode nortear essas relações. A prática do perdão não é, entretanto, tão fácil: exige humildade e despojamento da arrogância. A constante disposição de perdoar não deve ter limites. O objetivo da parábola é justamente desafiar os discípulos de Jesus a ter sempre esta disposição de abertura para o perdão.
O Reino dos Céus é como um rei que perdoa as dívidas de quem perdoa a seus irmãos: perdoai-nos como perdoamos, rezamos no Pai-Nosso. Eu já estou fazendo a experiência de perdoar sempre? Quem precisa do meu perdão?
Pe. Luciano Royer
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