No domingo passado, meditamos sobre o Reino de Deus, que é bem diferente do Reino dos homens. No Reino de Deus impera o amor do Senhor por bons e maus, ao contrário do nosso, em que a justiça é praticada, castigando-se aqueles que desobedecem às leis criadas pelo mundo, sem se buscar sua conversão.
Na primeira Leitura deste domingo 1Reis 3,5.7-12; deparamos com o texto no qual nos é contado um sonho do Rei Salomão durante o qual o Senhor lhe dizia “pede-me o que queres que eu te dê” (V.5). A escolha do Rei Salomão foi pela sabedoria, em vez de bens materiais, nos quais sempre impera a cobiça pelo dinheiro, a vingança sobre os inimigos e outros interesses totalmente voltados para a vida mundana. Vale a pena ler a resposta do Senhor à prece do Rei que pediu a Deus sabedoria para saber governar seu povo e discernimento para conhecer a distinção entre o bem e o mal (cfe. vv. 6-9): “o Senhor agradou-se dessa oração e disse a Salomão: pois que me fizeste este pedido e não pediste nem longa vida, nem riqueza, nem a morte de teus inimigos, mas sim inteligência para praticar a justiça. Vou satisfazer o teu desejo”. Se o senhor nos dissesse “pede-me o que queres que eu te dê” (v.5), o que lhe haveríamos de pedir?
Este Evangelho de Mateus 13,44-52, nos ensina como devem ser nossos pedidos ao Senhor, sobre os quais vimos refletindo desde a primeira leitura. As parábolas, contadas por Jesus sobre a excelência do Reino de Deus, ainda acontecem hoje com nossos irmãos e irmãs que, após terem descoberto o valor do Reino dos Céus, ou Reino do Amor, abandonaram tudo, inclusive suas famílias, para se consagrarem de todo o coração ao serviço de Deus, ajudando a quem necessita.
Sua característica é alegria, da qual nos fala Jesus sobre aqueles que abandonaram tudo para “comprar” o tesouro do amor dedicado aos irmãos: “o Reino de Deus é também semelhante a um tesouro escondido no campo. Uma pessoa (…) cheia de alegria, vai vender tudo que tem para comprar aquele campo” (v.44). É uma alegria diferente da que o mundo oferece, sentida somente pelos que escolhem ajudar os outros. Consagrados pelo batismo nós também a poderemos sentir dentro de nós, de nosso lar, no ambiente de trabalho, executando bem nossa função, seja ela qual for e independentemente de onde estivermos. Que “o Espírito venha em auxílio da nossa fraqueza: porque não sabemos o que devemos pedir” (Rm 8,26).
Sugestão de reflexão: o que eu pediria ao Senhor se Ele me prometesse dar o que eu quisesse? Compreendo que quando morrer, eu me apresentarei a Deus com os atos de caridade que tiver praticado neste mundo? Concluo que a felicidade verdadeira, aquela que me dá a perfeita alegria, consiste em servir aos irmãos?
Pe. Luciano Royer
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