Você já deve ter escutado estas afirmações: “fulano falou com o coração”, “as palavras do pregador x tocaram meu coração” ou ainda “ele realmente faz o que prega”. Estes são exemplos positivos que podem iluminar nossa compreensão do evangelho deste Domingo (Mc 1, 21-28) que nos fala de quando Jesus entrou na sinagoga, começou a ensinar e “Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade”. As Palavras de Jesus são “irresistíveis” pois são Palavras de salvação, de vida eterna. A Palavra que sai da boca de Jesus não é mero som, mas é Palavra criadora e redentora de Deus. É, como ensina a carta aos Hebreus (4, 12), viva e eficaz. Jesus é o Verbo (A Palavra) encarnado.
Aqui está a diferença de Jesus e dos mestres da lei, que ensinavam as escrituras de um modo superficial e muitas vezes não vivenciada por eles. Por isso, esta palavra não tinha “efeito” no coração do povo. A pregação dos mestres da lei era desvinculada da prática e do amor, acontecendo o que ensina 2 Cor 3: “A letra mata, mas o Espírito vivifica”. Ao invés da pregação gerar vida e comunhão com Deus, gerava a morte pela oposição ao Verbo Encarnado. Aqui devemos fazer um exame de consciência: Como é que estou pregando a palavra de Deus? Ensino aquilo que procuro viver? Meu discurso gera comunhão e unidade ou ódio e rivalidade? Não sejamos como os mestres da lei, mas tenhamos a autoridade que vem do bem!
A pregação de Jesus expulsa os espíritos maus que reconhecem sua identidade, mas quese recusam a servi-lo e amá-lo. Nós, ao contrário destes espíritos, buscamos amar e servir a Deus. Se fizermos isso, nossa pregação terá “alcance” em muitos corações. Vivemos em um mundo que valoriza a estética, ou seja, a apresentação: postura, aparência física, desenvoltura de youtuber, quantidade de likes, etc. mas muitas vezes se esquece do conteúdo, da verdade e do amor. Não caiamos na tentação diabólica de apostar tudo na aparência (não que ela seja de tudo ruim) descuidando do que realmente importa: unir a pregação com a vida, ensinado com autoridade.
Pe. João Vítor Freitas dos Santos