O prazo do registro dos candidatos termina no dia 15. Assim, a campanha eleitoral começa oficialmente na terça-feira que vem; indo até um dia antes das eleições de 2 de outubro. Tempo bem menor do permitido antes da reforma eleitoral de 2015; e uma dor de cabeça aos que desejam cargos na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados; e que têm muito chão para caminhar pedindo votos.
É nesse contexto que os cabos eleitorais mais disputados são os vereadores. Eles estão próximos dos munícipes e já têm seu “público” para pedir apoio. Contudo, já passadas as convenções e os lançamentos dos nomes que concorrerão, boa parte dos parlamentares montenegrinos ainda demonstra cautela ao declarar se irá e por quem irá “caminhar”. Questionados pela coluna, Ana Paula Machado (PTB), Juarez Vieira da Silva (PTB) e Sérgio Souza (PSB) responderam que ainda não definiram quem apoiarão. Também indagados sobre quem apoiariam para estadual ou federal, Valdeci Castro (Republicanos) disse que não definiu e Gustavo Oliveira (PP) não se manifestou. Isso, que ambos têm colegas de bancada – Camila Oliveira e Talis Ferreira – como candidatos.
Falando nesses, por óbvio, o trio de vereadores que será candidato a deputado estadual já tem definido com quem fará a “dobradinha”, dando apoio para federal. Camila está com o hoje deputado estadual Luciano Zucco; Talis com o já deputado federal Pedro Westphalen; e Paulo Azeredo (PDT) com a hoje deputada estadual Juliana Brizola. O pedetista abriu mão da tradicional – e esperada – dobradinha com Pompeo de Mattos citando alguns “desequilíbrios” da parceria. Um deles, uma emenda enviada ao Hospital Montenegro a seu pedido, quando estava internado com Covid; e que foi entregue por Pompeo junto de um outro já pré-candidato a estadual: José Scorsatto.
Esse cenário onde tantos vereadores ainda não têm definido o apoio pode, justamente, ter relação com a significativa quantidade de colegas de Câmara e demais nomes da cidade que se colocaram à disposição para concorrer. Afinal, de um lado, todos os parlamentares sabem que ter pessoas da cidade na Assembleia ou na Câmara dos Deputados soma força política ao Município e é importante para o atendimento de nossas demandas. Pode até soar mal “dar força” a quem vem de longe. De outro lado, porém, todos também têm compromissos próprios com nomes de fora: os deputados já com cargos e que são referência dos vereadores para encaminhar os assuntos da cidade e obter recursos através de emendas parlamentares “lá de cima”. Desses compromissos, priorizar só um em detrimento de outros também pode ser má ideia.
Dos decididos, por enquanto, está o vereador Ari Müller, também do PP, que declarou o apoio ao colega Talis e, para federal, ao já deputado Afonso Hamm, com quem conseguiu verbas recentes para o Hospital Montenegro e para a compra de implementos agrícolas. Também, Felipe Kinn (MDB), que declarou apoio a Giovani Feltes para federal e Juvir Costella para estadual. O primeiro, ele destaca, por ter mandado mais de R$ 750 mil em emendas para Montenegro; e o segundo por ter ajudado na liberação das obras na RSC-287.
Azeredo faz novo projeto visando manter a Uergs em Montenegro
O vereador Paulo Azeredo (PDT) encaminhou uma segunda tentativa de oficializar a Uergs como um patrimônio histórico-cultural de Montenegro. A primeira, a partir de projeto de lei que concedia a classificação, acabou arquivada por inconformidades em aspectos jurídicos. Não estava adequada à lei municipal 3.517, lá do ano 2000, que regra tais tombamentos. Agora, o parlamentar protocolou novo projeto que altera a própria lei de 2000. O texto adiciona que, além de bens móveis e imóveis de interesse público, também “bens imateriais” poderão constituir o Patrimônio Histórico e Artístico-Cultural do Município. Se a alteração for viável, depois, a lei ainda determina que o tombamento passe por um conselho consultivo que vai analisar a aplicação. Azeredo entende que, em meio às discussões sobre o fechamento do campus, o reconhecimento será nova ferramenta para garantir que os cursos de Artes da universidade permaneçam em Montenegro.
“Bola fora” com a aplicação do micro revestimento asfáltico
A decisão de paralisar até outubro a aplicação do micro revestimento asfáltico, nas doze ruas selecionadas, chama atenção ao critério de escolha do procedimento para esta época do ano. A Administração Municipal tem R$ 1,72 milhão investido nesse contrato; e a aplicação vinha andando devagar e apresentando problemas. A razão é que o micro revestimento precisa de pouca umidade e bastante incidência de sol quente, de acordo com o engenheiro responsável pelo acompanhamento da obra. Parece evidente que, prevendo a colocação entre os meses de maio e setembro, essas condições climáticas não seriam alcançadas. Ao menos agora foi reconhecida a dificuldade. Esperamos que esse tempo não signifique aumento de custos para os cofres públicos.
Um desafio e tanto!
A montenegrina Josi Paz abraça um desafio e tanto agora que foi oficializada como a pré-candidata do PSB a vice-governadora do Estado. A chapa é encabeçada por Vicente Bogo, que já foi deputado federal, vice-prefeito de Santa Rosa e vice-governador de Antônio Britto, entre 1995 e 1998. A palavra “desafio” não é usada levianamente. A escolha da dupla chega após a desistência de Beto Albuquerque, nome bem mais conhecido em nível estadual e que desistiu citando dificuldade de agregar apoio e a escassez de recursos para a campanha; o que, agora, é a realidade de Josi e Bogo. A oficialização da chapa, na foto, foi na quarta-feira.
Revogado
Quinta-feira foi oficialmente revogada a lei municipal que autorizava a Prefeitura a contrair financiamento via Avançar Cidades. É o fim das tratativas para o empréstimo, divulgadas lá em 2019 com a expectativa de pagar a pavimentação de até doze ruas da cidade. O governo municipal desistiu em função da burocracia e da demora dos trâmites necessários para liberação. Agora, projeta fazer todas as obras anunciadas com recursos próprios até o fim do mandato.
Abono
O Sindicato dos Municipários de Montenegro não respondeu às tentativas de contato do Jornal Ibiá para comentar como a categoria recebeu a proposta de extinção do pagamento do abono permanência, que segue em análise na Câmara de Vereadores. Mas, em suas redes sociais, a entidade defende a manutenção do benefício. Em recente postagem, aponta o entendimento de que o abono traz economia à Prefeitura, incentivo à manutenção de bons servidores e fortalecimento do Fundo de Aposentadorias.
Piso nacional para os agentes
Com 69 profissionais, todos os agentes de saúde e endemias de Montenegro receberão, de salário, a variação do piso nacional. Similar ao caso dos professores, a diferença salarial é repassada pela União, mas, ao contrário do que ocorre com os educadores, o aumento não interfere nos limites de gastos do Município na lei de responsabilidade fiscal; o grande impeditivo dado pelo governo municipal para não conceder a variação do piso a todo o magistério. A Emenda Constitucional 120, de maio, fixou que os valores dos agentes de saúde não somam no cálculo para fins de limite de despesas com pessoal.
“Em alguns momentos, nos questionam o porquê que a OAB não se posicionou ou não se contrapôs a determinado projeto ou sugestão. Nós fizemos a opção de respeitar a cada um dos vereadores que foram eleitos democraticamente. Não havendo omissão de nenhuma instituição, não é caso para nós, da OAB, ficarmos interferindo e atrapalhando”
– João Pedro Ferreira Presidente da OAB Montenegro, na sessão dos 149 anos da Câmara