Até mesmo os políticos mais experientes precisam tomar cuidado com as informações que recebem da população. Não são só as fakes news, proliferadas nas redes sociais, que trazem informações distorcidas ou erradas.
Na Tribuna da Câmara, o vereador Percival de Oliveira, Republicanos, manifestou sua preocupação com o fato de que várias pessoas estão passando fome. Ele destacou a situação de uma família vítima da enchente de maio. No relato, a família havia sido abrigada, primeiro no Parque Centenário e depois em um local alugado. Ao fim dos seis meses, a Prefeitura não renovou o contrato, deixando-os sem local para morar. Móveis e eletrodomésticos recolhidos pela Prefeitura, segundo relato, teriam desaparecido. O vereador trouxe ainda outros detalhes sobre a situação destes montenegrinos.
O Observatório buscou informações junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social sobre a situação apresentada na Câmara, na última sessão. Através de nota, o secretário contesta a versão e “lamenta que não tenha sido procurado, com antecedência, para evitar a difusão de informações falsas.”
O secretário Vitor Cardoso explicou que a pessoa referida nas manifestações do vereador estava abrigada pela Prefeitura nas dependências do Recreo desde as enchentes de maio. “Ela saiu de lá voluntariamente há alguns dias”, afirma.
Seus pertences estão guardados na sede da Secretaria, junto com ranchos que ela recebeu na época das cheias. Se estiverem vencidos, os alimentos poderão ser substituídos. “As refeições dos abrigados são fornecidas pelo Recreo e pagas pelo Município”, destaca Vitor.
O secretário esclareceu ainda que a casa em que esta pessoa morava, junto com o filho, era alugada. “A família tem renda, pois a mãe trabalha como diarista. Ela está cadastrada para receber uma moradia do Governo Federal e o processo está tramitando junto com os outros”, diz a nota.
“Ressaltamos que esta família – assim como todas as outras que foram vitimadas pelas enchentes – receberam toda a atenção e atendimento disponível e disciplinado pela legislação”, conclui o secretário.
Se o caso referido pelo vereador Percival é da mesma família de que trata a nota da Secretaria de Desenvolvimento Social, o episódio deve servir de alerta para todos os vereadores que, diante da boa vontade de ajudar a população, podem ser envolvidos ou enrolados. O vereador Percival disse: “tentei alguma coisa junto à Assistência Social, tudo é muito demorado e acabei indo até o Ministério Público, onde fiz uma declaração em nome deles, para que alguém tome uma providência.”
Sabemos que a grande enchente de maio trouxe prejuízos materiais e emocionais para inúmeras famílias da nossa cidade. A catástrofe impactou a economia da cidade e especialmente o mercado imobiliário, com aluguéis muito mais caros nas regiões que não apresentam riscos de inundações. Tudo isto é fato e carece de ações e projetos para que no futuro isso não se repita.
Algumas arestas precisam ser aparadas. A administração Zanatta tem mantido um diálogo permanente com todos os vereadores desde janeiro de 2021. Surpreende que esta denúncia foi feita por um vereador do mesmo partido do prefeito. Uma situação que não precisava ter acontecido. Em algum momento faltou comunicação entre as partes.
Agilidade no atendimento
A Administração Municipal foi rápida, sexta-feira, no atendimento às pessoas que tiveram a cobertura de suas casas danificadas pelo temporal. Menos de 5 horas após o vendaval, já haviam sido entregues lonas às 48 famílias atingidas. E, ainda no sábado, todas receberam telhas para substituir aquelas que foram arrancadas ou quebradas pelo vento. Diversos servidores atuaram de forma voluntária no socorro. Além do recolhimento e limpeza das árvores derrubadas pelos fortes ventos.
Presente grego pro bairro
O vereador Percival de Oliveira classificou como presente grego o convênio de concessão de uso, entre Executivo e a Amoga, Associação Montenegrina dos Guardiões dos Animais. O local referido no Projeto de Lei é para utilização “como centro de recuperação/casa de passagem para animais feridos, doentes, em situação de vulnerabilidade e no cio para serem tratados e castrados”.
O imóvel objeto do convênio é a sede da Associação do Bairro 5 de Maio. E o vereador fez questão deixar claro que sua posição: “contrário porque entendo que o local é inadequado para isso. Ao lado de uma escola e de uma creche, pondo em risco a integridade física das pessoas, especialmente das crianças,” destacou o parlamentar.
E os cães, largar na rua?
O vereador Talis Ferreira falou sobre o processo de análise e debate dos projetos antes de ir a votação. E no que tange ao abrigamento dos 13 cães que ainda aguardam adoção, desde as enchentes de maio.
Na CGP, Comissão Geral de Parecer, segundo Talis, o assunto foi discutido e pedido mais informações ao Executivo se haveria outras possibilidades de realocação dos animais. “Não é o lugar ideal. Mas não podemos fechar os olhos e cruzar os braços por uma questão que está imposta. Seria uma irresponsabilidade não colocar o projeto em votação. Não podemos deixar estes 13 animais desamparados.”
Talis convocou os vereadores a ajudarem numa campanha de doação, para que o mais rápido possível estes animais tenham um lar e o local seja liberado.
Políticas para os animais
A vereadora Claudete Ebenhardt, que também foi favorável ao projeto, destacou que tudo na causa animal tem sido urgente. “Eu idealizo dias que a gente não precise trabalhar com a urgência. Que a gente tenha política pública eficiente para trabalhar a prevenção,” justificou.
Talis ainda alfinetou: “esta questão da causa animal já vem de anos, o senhor (Percival) foi prefeito por 8 anos e sabe muito bem como funciona, não avançou nestas questões’.
Respeito mútuo
Os vereadores Talis Ferreira e Percival de Oliveira deram sinais de que travarão, nestes quatro anos, bons embates no “campo das idéias”.
Discordar e defender suas convicções é parte da política e faz bem para a democracia, sempre dentro do respeito.
Por fim, o projeto foi aprovado e os cães serão transferidos para o Cinco de Maio.
Preferência para irmãos
A vereadora Fabrícia de Souza apresentou projeto de lei assegurando a preferência de vagas para irmãos na mesma unidade escolar na rede Municipal, desde que a instituição ofereça turmas no nível educacional pretendido.
A sugestão é simples, muito lógica e de fácil aplicação. Para nós, leigos, não apresenta dúvidas quanto a sua constitucionalidade. Vamos torcer e aguardar o parecer jurídico.