Vivemos momentos distintos no Brasil e no mundo: intolerância, preconceito e racismo, para alguns, é tido com vitimismo. Para mim, é falta de argumentos dizer isso, porque está tudo bem a nossa frente, como diz na música “Jesus chorou”, dos Racionais MC’s:
¨Gente que acredito, gosto e admiro,
Brigava por justiça e paz levou tiro:
Malcom X, Ghandi, Lennon, Marvin Gaye,
Che Guevara, 2Pac, Bob Marley e
O evangélico Martin Luther King¨
E acrescento aqueles que não levaram tiro, mas que também sofreram por consequência de lutar pela causa racial e cultural, como Steve Biko, que foi preso em um bloqueio rodoviário organizado pela polícia sul-africana. Levado sob custódia, foi acorrentado às grades de uma janela da penitenciária durante um dia inteiro e sofreu grave traumatismo craniano. Em 11 de setembro, o rapaz já estava em um estado contínuo de semi-consciência quando o médico da prisão aconselhou que Biko fosse levado a um hospital e teve morte confirmada por danos celebrais. Ele lutou contra o Apartheid, o regime de segregação racial comandado pelo governo da África. Tivemos também Zumbi dos Palmares, que lutou contra a escravidão. Tentaram apagar com violência e também nos intimidar, mas o efeito foi o contrário. Hoje todas essas lendas seguem vivas nas lutas sociais e raciais mundo a fora. Podem até dizer “mas isso foi no passado, hoje não temos mais isso”. Se enganam. Hoje nossa luta segue. É só ver o que acontece todos os dia nas comunidades, no futebol e em todos os cantos do mundo.
E não podemos esquecer da intolerância religiosa que nosso povo sofre. E mais grave ainda, como aconteceu com Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, Iyalorixá, Coordenadora Nacional da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ) e líder da Comunidade Remanescente do Quilombo da Pitanga de Palmares. Ela foi brutalmente assassinada na noite de quinta-feira, 17 passado. Segundo informações, os criminosos invadiram o terreiro da comunidade e executaram Mãe Bernadete a tiros. Mais uma morte que o povo preto clama por justiça, assim como Marielle Franco, que até hoje segue sem solução. PAREM DE NOS MATAR!!!
Só que isso não vai nos calar, mas continuamos na luta como essas pessoas que se tornaram mártires de uma luta de classe. Nosso punho continuará fechado e com o braço erguido lutaremos até a última gota de sangue. Como diz aquela frase: “Não ensine teu filho a ser racista, porque o meu foi ensinado a revidar”!!! Axé a todos!!