Entre a paixão e o amor

Na semana dos namorados, ou melhor, do amor, mesmo que posteriormente, quero deixar algumas reflexões.
As pessoas no geral procuram uma alma gêmea, de alguém que a complete, que possa chamar de seu. A paixão será o estado em que se tem a ilusão de ter encontrado essa metade. Talvez não exista na vida humana nada parecido com a paixão, que faz as pessoas saírem do sério, ficando em estado de excitação plena e de euforia que não são comparáveis a quaisquer outros sentimentos.
A mente dos apaixonados flutua nas nuvens e seu corpo experimenta sensações poderosas, mas isso não dura para sempre. Quando a paixão se dilui, os parceiros ficam com aquilo que conseguiram construir enquanto estiveram juntos.
Os cientistas que estudam os aspectos bioquímicos da paixão dizem que esta euforia dos apaixonados é o resultado de uma poderosa descarga de anfetaminas produzidas pelo próprio organismo.
A pele fica ruborizada, a temperatura do corpo sobe, o coração bate mais rápido, o desejo sexual é mais intenso e o estado de consciência fica alterado. Por isto se diz que o apaixonado fica “surdo, cego e burro” para quaisquer críticas que por ventura vierem de amigos ou familiares.
Estes sentimentos provocam uma reação química despertando uma descarga de endorfinas, dá a sensação de bem-estar, de satisfação plena por estar ao lado do objeto desejado, o que faz com que os dois queiram ir além, dividindo o sono e compartilhando os sonhos.
Parece que o idílio não vai acabar nunca. Com o passar do tempo, no entanto, quando ambos se dão a oportunidade de se conhecer melhor, a química emocional deixa de responder como antes. Este período pode levar de 18 meses a três anos. Importante registrar que a estrutura psicológica que propicia esta vivência está ligada a carências e necessidades pessoais que predispõem uma pessoa à paixão.
O que fazer quando a explosão do sentimento acaba? Uma opção é investir na continuidade do relacionamento se ainda há respeito, afeto e admiração. Além disso, se permanece uma vida sexual plena e se ambos saibam alimentar-se do amor tranquilo e sereno que ficou.
Porém, se a vida a dois ficou sem sentido, sem diálogo, sem prazer na convivência, então é melhor desistir e tentar se encontrar novamente no eu perdido em nós e, a partir disto, tentarmos ser felizes novamente.

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