As obras de revitalização das esquinas da Ramiro Barcelos com as ruas José Luis, Osvaldo Aranha e Santos Dumont são uma excelente iniciativa da Administração Municipal. Em tese, devem dar mais segurança à travessia de pedestres e oferecer um local de integração e encontro para quem frequenta o Centro de Montenegro. Talvez sejam até um atrativo a mais para o comércio local. O problema é a demora para a conclusão. Esta fase teve início no dia 29 de janeiro e custou caro: R$ 283 mil. A maior parte é verba da União, mas quase R$ 40 mil vieram da Prefeitura. Devia ter sido entregue três meses após o início, em 29 de abril, mas a empreiteira contratada solicitou um aditivo de prazo de 90 dias. Terminou em 26 de julho e o serviço ainda não foi concluído.
Transtornos
Lojistas estão com o acesso prejudicado; pedestres precisam andar pelo meio da rua em alguns pontos bloqueados; e montes de material amontoados sobre a via desafiam a atenção dos motoristas. Estes transtornos poderiam ser vistos como um mal necessário, mas a paciência acabou.
Modus operandi
A mesma empresa contratada para a revitalização dessas esquinas é a responsável pela construção dos novos banheiros do Parque Centenário. Lá também é uma obra que parece relativamente simples, que custou bastante caro e não tem jeito de ficar pronta. Os sanitários deveriam ter sido entregues até o fim de fevereiro, mas ainda não “rolou”.
Guardadas
Na última semana, um atento cidadão contatou a reportagem para denunciar que, entre os dias 18 e 23, ninguém havia trabalhado no cruzamento da Santos Dumont. O primeiro posicionamento da Prefeitura foi o de que, como as três esquinas formam uma obra só, se os trabalhadores não atuaram naquela, foi porque estavam em uma das outras, promovendo alguma intervenção necessária. Boa desculpa, não fosse por um detalhe: este mesmo cidadão havia cedido um galpão para que a empreiteira guardasse as suas ferramentas de trabalho. Ninguém mexeu nelas naquele período.
Fiscalização
Confrontado com a colocação do cidadão, o fiscal de obras da Prefeitura, Bruno Troina, respondeu que a Administração não tem gerenciamento sobre os funcionários da empreiteira. “Talvez, na sexta-feira, eles não tenham ido trabalhar porque a empresa teve que realocar eles para alguma outra função”, disse. TALVEZ? Quem se importa? Afinal, são “apenas” R$ 283 mil…
Altos voos
Vereador Felipe Kinn da Silva (MDB) está tentando provar que o Município gasta demais em diárias de viagem para o prefeito em seus deslocamentos a Brasília. Desde que Kadu assumiu, foram R$ 78.247,08. Já as despesas com passagens aéreas somaram R$ 27.561,31. Em contrapartida, o Município obteve a liberação de repasses e de emendas parlamentares que já somaram R$ 4.137.836,00. Significa que, para cada R$ 1,00 investido nos deslocamentos (diárias mais passagens), foram conquistados R$ 39,00.
Argumentos – O vereador argumenta, porém, que algumas dessas emendas são fruto de encaminhamentos feitos pelos próprios vereadores, junto aos deputados de seus partidos, e não uma ação direta do prefeito. Já o líder do governo, Joel Kerber (Progressistas), acredita que o valor é muito maior. Para ele, devem ser incluídos em torno de R$ 6 milhões de recursos que o Município teria perdido se não fossem as viagens do prefeito.
Valores – A polêmica mal decolou. Quinta, Felipe fez um pedido de informações sobre o tema. Pediu cópias dos documentos de despesas, principalmente de hospedagem e alimentação. Quer saber, por exemplo, se o prefeito tem dormido nos melhores hotéis e se alimentado em restaurantes de alto nível.
Sem enrolação
A Câmara fez uma homenagem ao ex-vereador e ex-secretário municipal Ivan Flores Lopes, cujo nome passa a designar uma rua no bairro Aeroclube. Fundador do PRB, era um dos poucos políticos de sua geração que sabia dizer “não” quando alguém lhe pedia algo que não estava a seu alcance. Mantinha-se fiel à ideia de que não se devia “enrolar” as pessoas. Bom se todos os políticos pensassem – a agissem – desse modo.
Iolanda prefeita e Talis Ferreira vice. Acreditem, tudo é possível
Na quinta-feira à noite, o dirigente do PDT, Clóvis Moacir Domingues, postou esta foto, à esquerda, em sua página no Facebook, sugerindo que ela pode representar uma futura coligação entre o PDT e o PR, com Iolanda Hofstätter como candidata a prefeita e Talis Ferreira de vice. Algumas pessoas curtiram, mas também foram feitas várias críticas, muito mais à figura do vereador do que à pré-candidata do PDT. Não faltou quem lembrasse que Talis foi eleito numa aliança com a legenda de Brizola e logo bandeou-se para os lados do governo. Ao invés de militar nas trincheiras da oposição, passou quase três anos usufruindo a “sombra” e a “água fresca” oferecida aos aliados pelo prefeito Kadu.
Pródigo – Alguns pedetistas não confiam no vereador, que chegou a anunciar que assinaria ficha no Progressistas de Kadu. Contudo, depois que o prefeito voltou a sofrer ameaças de cassação, inclusive por causa de irregularidades nas contas de campanha, Talis parece estar dissociando sua imagem do Executivo. Se o PDT vai aceitar o filho pródigo? Possivelmente. Não seria a primeira vez. Mas, por via das dúvidas, Cafundó apagou a postagem.
Cidadania – Na eleição do ano 2000, Iolanda liderava as pesquisas, mas perdeu a disputa para Ivan Zimmer por poucos votos, graças a um panfleto anônimo com falsas acusações contra ela. Nas disputas seguintes, o PDT, acreditem, contratou os responsáveis pelo episódio para coordenar suas campanhas e, em 2008, Paulo Azeredo, irmão de Iolanda, disputou a Prefeitura tendo como vice o próprio Ivan. Não existem ódios eternos na Política. Só interesses!
RAPIDINHAS
Projeto de lei do governo que cria um conselho para orientar e fiscalizar a acessibilidade em Montenegro é importante, mas sua validade está sendo questionada. É que existem outras instituições, como o Conselho Municipal de Urbanismo e o Conselho Municipal do Plano Diretor, que poderiam atuar nesta área, mas raramente são ouvidos.
Se a adaptação dos prédios às necessidades dos deficientes não começar pelos que abrigam serviços públicos, não haverá resultados. Prefeitura, Câmara e outras repartições precisam dar um bom exemplo para convencer a sociedade a investir em integração.
Vereador Valdeci Alves de Castro (PSB) defende a demissão dos secretários de Viação e Serviços Urbanos, Jackson Santos de Oliveira; e do de Desenvolvimento Rural, Ari Arnaldo Müller. Segundo ele, os diretores destas pastas possuem mais competência e dedicação do que os “chefes”.
Aliás, Valdeci diz que o secretário Ari mentiu ao anunciar que pelo menos 500 dos 600 quilômetros de estradas do interior receberam melhorias nos últimos dois meses. Para ele, pode ter sido o contrário: a manutenção teria ocorido em apenas 100 quilômetros.
Não são apenas o Daer e a EGR que estão devendo no tocante à manutenção das estradas. A BR 470, entre Montenegro e Salvador do Sul, está apinhada de buracos. A recuperação iniciou por Bento Gonçalves. Aqui, o Dnit ainda não fez nada.
Para quem vê de fora, a recuperação do ginásio Domingão, no Centenário, parece parada. O prazo de entrega foi prorrogado pela segunda vez. Agora o limite é 26 de agosto. Não vai rolar!