Os dias passam e toda precipitação de chuva tem me feito tremer. Me considero forte nas dificuldades da vida, mas tem sido dias difíceis, por que mesmo trabalhando freneticamente e vendo os resultados de todos os esforços, ficam as dúvidas sobre o futuro. E os questionadores questionaram: O que vem por aí? Qual é a dúvida agora? Do que você está falando? Perdi alguma coisa? Então… deixa eu te contar uma história! Os desastres nos forçaram a repensar nossas vidas, precisamos nos ajustar ao novo normal e nos reconstruir com resiliência.
A força coletiva se mostra na reconstrução das áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.Mesmo o povo chorando,a necessidade nos fez forte e persistentes. Vou repetir mil vezes: Reconstruir após as enchentes no Rio Grande do Sul é um esforço coletivo que destaca a importância da solidariedade. Mas o pós-enchente nos faz refletir sobre a importância do cuidado mais amplo, que dê conta das perdas em diversos âmbitos. Em relação à saúde mental, podemos pontuar a tarefa árdua de superar traumas e os abalos psíquicos. As enchentes deixaram marcas profundas, o cuidado com a saúde mental é vital para a recuperação completa das comunidades.
Outro aspecto que não podemos deixar de falar é sobre a reconstrução das escolas e ambientes educativos. Reconstruir as escolas destruídas pelas enchentes é fundamental para garantir a segurança e o desenvolvimento das crianças. As enchentes não só destruíram infraestruturas, mas também comprometeram espaços de brincar que sempre trouxeram alegria para nossas crianças nas escolas. Espaços que são constituídos de pessoas , que também foram vítimas. Embora a prioridade seja a reconstrução dos lares, não podemos esquecer que os espaços culturais também foram atingidos. Sabemos que além da infraestrutura básica, é vital reconstruir os espaços que preservam o bem estar da comunidade, trazem cultura , preservando nossa identidade e memória.
O resgate e a preservação do acervo histórico no pós-enchente são fundamentais para manter a conexão da população com suas raízes socioculturais.Vale lembrar que precisamos salvaguardar o apoio aos grupos de minorias sociais, no sentido de assegurar que todos tenham acesso a recursos e oportunidades.Ressaltamos a necessidade de solidariedade e apoio específico destacando a importância da justiça social e da equidade na recuperação. O que nos faz pensar no recorte étnico-racial, onde o povo preto e os povos indígenas são maioria nos espaços de maior vulnerabilidade.
Nem só de comida vive um povo, mesmo sendo tempo de chorar, não vou deixar de olhar a necessidade do outro. Teremos que nos adaptar ao novo normal de novo, de olho no futuro.
Saravá!