Feminicídio não tem defesa

Ser mulher através dos tempos é uma luta diária e constante pelo direito de viver. A gente acha que é forte, que aguenta que é guerreira e que vai “sobreviver”. Mas de repente um crime te lembra da fragilidade que é a vida e do quanto somos vulneráveis. Hoje pela primeira vez vou abrir mão da pauta preta para falar sobre sororidade. Para dizer o quanto fiquei comovida e revoltada com a morte da jovem Debby. Falar sobre o quanto me questionei sobre o tipo de relações abusivas que nos submetemos ao longo da vida e do sentimento de dor. Dói pensar que podia ser eu, que podia ser uma amiga próxima, que podia ser uma das mulheres da minha vida.Dói pensar que essa mulher linda, resolvida, profissional,cheia de vida, deixou uma família, amigos e entes queridos que vão sentir a sua falta vigorosamente todos os dias daqui em diante. Se matou nunca amou. Se agrediu não sabe o que é amar. Se violentou moralmente, psicologicamente, intelectualmente , financeiramente, entre outras formas, não reconhece a grandeza de um relacionamento afetivo. E como sabem sempre há os questionadores: Como isso pode acontecer? O que ela fez para merecer isso? Por que com ela?
Então… deixa eu te contar uma história!

O sentimento de posse e a violação da autonomia da mulher constantemente fazem parte do âmbito afetivo. Somos um país que convive com o feminicídio diariamente. Somos um país que pratica o machismo de forma indiscriminada. Somos um país que banaliza a violência e que não protege suas mulheres. Seja elas mulheres cis ou trans. Mesmo com todo o debate, a luta dos movimentos sociais, o posicionamento efetivo das mulheres, não há respeito suficiente às manas, monas e as minas. Sabemos que ainda se faz necessário a coletividade ter ações mais efetivas de combate a violência contra as mulheres. Que mesmo com os esforços de todas as partes o direito de ir e vir precisa ser veemente cobrado. Independente de condições socioeconômicas, etnia, escolaridade, experiências de vida, ser mulher é um ato revolucionário. Aumentar a visibilidade das lutas feministas, promovendo abertura para as mulheres destinarem recursos e efetivos naquilo que elejam como prioridade. Ampliar o olhar ao que chamamos de feminicídio íntimo, promovendo ações de apoio constante às mulheres.

E lembrando que esta não é uma luta somente das mulheres, que nas trincheiras desta guerra todos são necessários. Que cada mãe ou pai de menino precisa lembrar, que um dia esse homem será um marido, um colega, namorado, um vizinho. Que temos a responsabilidade de identificar e combater os padrões de masculinidade patriarcais que incentivam a violência contra a mulher. Falar sobre a violência contra a mulher é uma das maneiras mais importantes de combater o feminicídio. Fazer tudo que estiver ao nosso alcance é a forma de conclamamos por justiça. IDAJO!

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