Em nome dos outros

Próximo filme adolescente a estrear na Netflix pretende igualar o sucesso dos demais originais do gênero presentes na plataforma

Por mais assustador que seja, crescer é inevitável. Durante esse processo, a busca por uma identidade paira sobre os jovens, que se sentem obrigados a cumprir certos padrões e expectativas. Nesse sentido, aqueles que de alguma forma não se enquadram são marginalizados, ficando à deriva da conjuntura social. Com o intuito de explorar essa perspectiva, estreia dia 7 de setembro na Netflix o filme “Sierra Burgess is a Loser”, uma comédia romântica adolescente dirigida por Ian Samuels que pretende manter o sucesso do gênero na plataforma, conquistado após os lançamentos de “The Kissing Booth” e “Para Todos os Garotos que Já Amei”.
O filme acompanha Sierra Burgess (Shannon Purser, a Barb de “Stranger Things”), uma aspirante à Universidade de Stanford e membro da banda escolar que nunca teve grandes emoções durante o ensino médio. Porém, sua vida vira de cabeça para baixo ao deparar-se com as mensagens românticas de Jamey (Noah Centineo). Tudo parece se encaminhar para a construção de um relacionamento duradouro. Só há um problema – o jogador de futebol americano acredita conversar com Veronica (Kristine Froseth), a garota mais popular da escola. Agora, para continuar com a farsa, Sierra precisa convencer a inimiga a ajudá-la, tarefa árdua que envolve um universitário charmoso e aulas de Filosofia.
“Sierra Burgess is a Loser” é uma releitura moderna da obra de Edmond Rostand, “Cyrano de Bergerac”, que retrata as frustrações amorosas de um nobre que, por ter um nariz grande, acredita que nenhuma mulher se apaixonará por ele. Dessa forma, convence um amigo a entregar cartas e poemas para Roxane, seu interesse amoroso, como se fossem dele. Porém, nesse original da Netflix, não é a garota com inseguranças que decide mudar, mas sim a patricinha perfeita, que tem tudo e todos aos seus pés. Nesse sentido, apesar do longa abordar temas sensíveis, como bullying e catfish (quando se assume uma identidade falsa na internet) tem um roteiro leve e divertido, capaz de tornar o filme um sucesso.
Link para o trailer de “Sierra Burgess is a Loser”: https://youtu.be/q9Pk_Eq4BUc

Teatro do terror
O filme “A mulher mais assassinada do mundo” chega à Netflix no dia 7 de setembro para contar, de uma forma diferente, a história de Paula Maxa e o infame Teatro Grand Guignol

Foto: divulgação

Assassinatos, torturas e muito sangue: esse era o básico para qualquer peça apresentada no Grand Guignol. As cenas eram tão chocantes e realistas que frequentemente alguém da plateia desmaiava ou vomitava. O teatro de Paris na década de 1930, famoso por seus espetáculos de terror naturalista, é o pano de fundo para a nova produção original da Netflix, “A Mulher Mais Assassinada do Mundo”, que estreia mundialmente na plataforma dia 7 de setembro. O filme francês foi dirigido por Franck Ribière e conta com os atores Anna Mouglais, Niels Schneider e Eric Godon no elenco.
A história do longa gira em torno de Paula Maxa, a mais popular atriz do Guignol. É estimado que ela tenha encenado mais de 10 mil mortes nos palcos, sendo assassinada de 60 formas diferentes e estuprada mais de 3 mil vezes. Por ter se especializado no papel de vítima, foi conferido a ela o título que dá nome a série: a mulher mais assassinada do mundo.
No filme, a atriz esconde um sombrio segredo sobre sua família. Além disso, é mantida no teatro, praticamente em cativeiro, pelo escritor e diretor André de Lorde, principal dramaturgo do Guignol, com a ajuda de um psicanalista. Um dia, o jornalista Jean Charpentier vai visitar Paula a fim de entrevistá-la para o artigo que está escrevendo e acaba se apaixonando. A partir daí, o jovem começa a suspeitar do envolvimento do teatro em uma série de assassinatos grotescos.
Como se fosse arte virando realidade, Paula terá que confrontar não só os fantasmas do seu passado, mas também um misterioso perseguidor. “A Mulher Mais Assassinada do Mundo” é um filme inspirado em fatos reais, porém não se compromete a ser um documentário histórico, tomando a liberdade de ter uma abordagem fantasiosa e irrealística sobre o sombrio tema que é o teatro Grand Guignol e a atriz Paula Maxa.

Por cada centavo
“O Banqueiro da Resistência” conta a história de como dois irmãos conseguiram fraudar o cerco nazista para financiar a resistência holandesa

Foto: divulgação

Em maio de 1940, a região dos Países Baixos foi invadida pelas tropas nazistas e ocupada por pouco mais de cinco anos. Durante esse período, ocorreram inúmeras revoltas, e o exército alemão reprimia rotineiramente movimentos de resistência à ocupação. Para os revoltosos, era fundamental uma entrada de dinheiro para financiar tais ações. Entretanto, não era nada fácil enganar o sistema de fiscalização do exército germânico, que não “largava do pé” dos banqueiros holandeses, quase todos judeus. Boa parte desses profisionais, inclusive, tiveram suas fortunas confiscadas e foram forçados a cumprir pena em campos de concentração.
Baseado nessa empreitada, o filme “O Banqueiro da Resistência” chega à Netflix dia 11 de Setembro. A produção holandesa detalhará a história sob o ponto de vista dos irmãos banqueiros, Walraven e Gijs van Hall, que pensaram em uma solução simples para fraudar o sistema bancário holandês e financiar a resistência sem alertar as autoridades: tirar dinheiro do Banco Central Holandês. Por mais óbvio que parecesse, o sistema era tão bem elaborado que historiadores estimam que cerca de meio bilhão de euros foram desviados nesse esquema, que essencialmente consistia em trocar notas falsas de dinheiro por notas do banco.
A produção dirigida por Joram Lürsen relata a trama com um nível de detalhismo que cria permite ao expectador sentir-se praticamente um cúmplice do crime. Devido ao alto risco da operação, o filme deixa clara a constante tensão dos participantes com o esquema, visto que a qualquer momento alguém poderia desmascará-los. Assim como toda a rebelião que toma grandes proporções, o risco de alguém de dentro delatar fica cada vez maior, e é imprescindível que tudo corra perfeitamente para que os rebeldes continuem prosperando. Lançado na Holanda em março de 2018, “O Banqueiro da Resistência” repercutiu extremamente bem nas telas locais e agora fará parte do cada vez maior catálogo de filmes estrangeiros da Netflix.

Link para o trailer de “O Banqueiro da Resistência”: https://www.netflix.com/watch/81004766
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