A vida pública se confunde com a vida privada. Na condição de político, todos nossos atos são objeto de análise crítica por qualquer um do povo. Isto é legítimo e fortalece os princípios da democracia. As redes sociais são um grande instrumento de manifestação popular. No entanto, as pessoas precisam entender que há limites pra tudo.
Sempre pautei minha vida para agir com equilíbrio. Minha avó materna, que viveu até os 102 anos de idade, me passou muitos ensinamentos. Dentre eles, tenho dois que são meus preferidos. O primeiro é que a vida é como um bumerangue, ou seja, tudo que nós jogamos ao universo retorna para nós! O outro ensinamento é que nunca podemos nos exceder!
Aqueles que não concordam com a posição do legislador podem externar seus argumentos, sem nenhum problema. No entanto, não podem se exceder, como dizia minha avó. Fazer manifestação pacífica é constitucionalmente permitido. Ofender, denegrir, ameaçar, é crime!
Na condição de representante no parlamento municipal, uma das principais funções é votar projetos de leis. Diante disso, precisamos analisar com muita cautela todos os projetos, a fim de tomarmos a decisão mais coerente possível. Aprovar ou rejeitar um projeto de lei significa, muitas vezes, ser festejado por uma parte da população e criticado pela outra parte. Nem Jesus Cristo agradou a todos.
Para analisar um projeto de lei podemos nos apegar em critérios meramente políticos, a chamada “politicagem”, pensando somente no voto. Se perguntarmos à comunidade sobre “a politicagem” a grande maioria, senão a totalidade, vai dizer que é contra. Ou podemos preferir uma análise técnica, com embasamento, com fundamento. Precisamos, muitas vezes, que os interesses coletivos se sobreponham aos individuais.
Importante mencionar, no âmbito do direito administrativo – o qual regula todas as normas a serem seguidas pela administração pública, a existência do princípio da supremacia do interesse público, direcionando as condutas dos agentes públicos. Ocorre que, nas relações sociais, vão surgir conflitos entre o interesse público e o interesse privado. Ocorrendo este conflito, há de prevalecer o interesse público, isto é, aquele que atende um maior número de pessoas.
Muitas vezes é mais fácil agir de forma politiqueira e votar a favor de um projeto de interesse de uma determinada parcela da comunidade, sair aplaudido, mesmo que isto implique, no futuro, o comprometimento financeiro do erário público.
No entanto, eu quero, sempre, dormir tranquilo de que não contribuí para que a nossa cidade, que necessita de tantos investimentos, fique estagnada e não consiga fazer as melhorias em razão de ultrapassar os limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal.