O aprendizado que a dor nos traz

A passagem recente do ciclone na costa gaúcha deixou marcas que vão além dos números que, por si só, dão a dimensão da tragédia: mais de quatro milhões de pessoas atingidas, quatro mil desabrigadas e 54 mil desalojadas com destruição em várias cidades, em especial no Litoral Norte. O que as chuvas levaram não se limita aos estragos materiais. Famílias perderam seu passado, suas memórias, e vidas foram interrompidas.

Em meio ao caos e à tristeza que presenciamos nos municípios visitados nos dias seguintes à tragédia, fomos impactados com uma onda de solidariedade. De Itati a Montenegro, de Caraá a São Leopoldo, em todos os lugares encontramos calor humano: voluntários se revezando dia e noite para preparar alimentos aos desabrigados; pessoas albergando vizinhos em suas casas; doações de alimentos, água, roupas e produtos essenciais. Muito amor compartilhado para diminuir a dor de quem sofria.

Testemunhamos o trabalho heroico e comprometido de homens e mulheres das forças de segurança. Nas embarcações aquáticas, nas aeronaves, em caminhões, se desdobraram para salvar vidas, mesmo colocando as próprias em risco. Na ação coordenada pela Defesa Civil, os braços do Estado se somaram aos dos voluntários em uma ação rápida e integrada para amparar as vítimas.
Agimos rapidamente para salvar vidas e prestar assistência humanitária. Homologamos em tempo recorde a situação de emergência dos municípios, fomos a Brasília em busca de recursos federais e mapeamos as vítimas para reconstrução das suas residências. Órgãos e secretarias atuam para recuperar os acessos, pontes, escolas e hospitais.

Agora, enquanto se trabalha na restauração, é crucial aprender com essa experiência, fortalecer a prevenção e a informação. O Governo do Estado irá apoiar ainda mais os municípios na elaboração dos seus planos de contingência. Também queremos incentivar a população a utilizar um importante serviço oferecido gratuitamente: os alertas de SMS enviados pelo celular de quem está cadastrado no 40199 da Defesa Civil.

A coragem e a resiliência dos gaúchos são fundamentais para o recomeço. O Estado tem o papel de liderar a reconstrução econômica e social, mas é com trabalho, união e determinação de todos que vamos superar as dificuldades.

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