Por que amamos moda?

Mesmo na tristeza, pois quando a gente ama é de todo o jeito, amamos Moda porque aqui em nosso estado existiu um costureiro, um artista que nos inspirou e trouxe, na sua competência, na sua dignidade os olhares do Brasil até estes pagos. Rui Spohr, nascido Flávio em 1929 na cidade de Novo Hamburgo, dedicou sua vida à beleza da Moda, sendo o primeiro brasileiro a estudar em Paris o ofício, abriu portas e nos fez sonhar com suas clássicas criações e sua atenção especial aos detalhes e à valorização da beleza das mulheres.

Na década de 1960, envolto pelos tecidos

Pude encontrá-lo em feiras e desfiles, a primeira vez foi a amiga Ilsene Wallauer quem me oportunizou ir a um desfile seu, e encantou aos meus jovens olhos. A partir daí, ele sempre me reconhecia, perguntava por Montenegro, pois tinha clientes daqui, entre elas a Eunice Kroeff e a Therezinha Cardona. Certa vez citou em seu programa, na extinta TV Guaíba, a montenegrina Lya Seelig, como uma mulher com propriedade para usar dourado quando bem quisesse. Estava certo. Sua biografia “Memórias Alinhavadas”, escrita pela jornalista Beatriz Viégas-Faria foi um dos primeiros livros de moda do meu acervo e vim a conseguir seu autógrafo na mesma em 2007, quando a diretoria do Clube Riograndense o trouxe para realizar um desfile em nossa cidade, e pudemos desfrutar de sua presença em vida e obra.

No ano passado, quando se desfez de seu material de atelier, pude adquirir três de seus desenhos, que ele fazia à mão, no capricho, para publicar em sua coluna semanal no jornal Correio do Povo, graças à sua neta Antônia. Quando chegaram às minhas mãos, que tesouro! Vou guarda-los para sempre. Assim como tudo que se refere a Rui, que me inspirou a ser a comunicadora de Moda que sou, estará para sempre intrincado nesse coração. Sua partida, na terça, dia 30, deixa o mundo, agora sem ele, triste e sem graça, mas o céu, sem dúvida, se tornou um lugar muito mais elegante e belo com sua presença.

Com a esposa, musa e gestora da marca, Dóris

O Vestir e a Cidade:
Em 2004, no Salão da Moda Masculina, esta colunista-bem garota, e o Mestre Rui Spohr, sempre tão querido. O registro é da amiga Letícia Alflen, colega de profissão na época.

Você tem alguma foto histórica sua ou de alguém especial vestindo algum traje de época? Vamos adorar publicar neste espaço! Envie para o nosso Facebook ou e-mail [email protected]

Olhares:
-Pinalli: O Museu de Arte de Montenegro, na Estação da Cultura recebe três exposições que ficarão em cartaz ao longo do mês de maio. A primeira delas é “Ênio Pinalli Pinta Montenegro”, na galeria que leva o nome do nosso grande artista. Abriu na última quinta e fica em cartaz até 02 de junho.

-Marisa: Nossa colega Marisa Ferreira Wolgemuth comemora suas duas décadas de Atelier Livre da Fundarte com suas telas na exposição individual chamada “Retrospectiva”, que fica em cartaz até o dia 31, no MAM.

-Cenira: Também até o dia 31, Cenira Moesch expõe sua produção artística em pintura intitulada “Os espelhos são para ver o rosto, a arte para ver a alma”. Imperdível!

Pense nisso…
“Pois chega um dia que se pode olhar para trás e dizer: não me arrependo daquilo que tive coragem de fazer”. Rui Spohr, nosso maior estilista, que partiu aos 89 anos no último dia 30, e aquele que tanto me inspirou a desenhar e escrever sobre Moda. Graças à vontade de ser “como o Rui” bati à porta do Jornal Ibiá recém saída da Faculdade de Moda, em 2003. Todas as nossas colunas sempre foram dedicadas à você. E sempre serão.

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