O título está correto: “2063: 80 anos”.Injeção de curiosidade, para nosso cérebro delirar com o que vai existir neste mundo, daqui a distantes quatro décadas. Quanta coisa pode acontecer, nossa imaginação sequer alcança. Pois quarenta anos foi o mesmo espaço de tempo em que o Ibiá se consolidou como uma espécie de “parte da nossa família”, nos abrindo diariamente o portão dos acontecimentos em Montenegro.
Façamos um exercício sobre estes quatrocentos e oitenta meses desde 1983, em que o Jornal não se limitou às milhares de páginas impressas, ele também fez acontecer. Colocou Montenegro na frente do espelho das transformações pelas quais passou. Não foram poucas: na vida comunitária, no esporte, no desenvolvimento econômico, em muitos e muitos etc.
Na era pré-internet, a“rede social”se limitava ao desfiar de assuntos entre as pessoas, em conversas frente-a-frente. Para saber das novidades de maior abrangência nos anos 80, 90 e 2000, era preciso esperar a chegada do Ibiá em casas e bancas. Não havia uma tela, grande ou pequena, aonde, se pressionando um ícone, na hora surgiria o mundo que a pessoa deseja visualizar. Hoje, isto parece tão óbvio…
Naquele tempo, algo assim era visto como ficção científica. Tudo dependia do velho e bom papel. Em milhares de folhas do tabloide, brotavam repercussões de intensidades as mais variadas, de fatos como a Montenegro Festa & Festa, torneios de futebol nos gramados e clubes (ilustrados com a orgulhosa foto de cada time), carências de infraestrutura nos bairros e as suas promoções, além de muitos e muitos outros, os quais tanto marcaram época como foram apenas o relato do simples cotidiano.
A cobertura política tem parágrafos de grande impacto no Ibiá. Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário foram sendo familiarizados para os leitores, por obra de uma cobertura com rigoroso acompanhamento, diversificação de fontes e indispensável senso crítico. Retrata não somente os bastidores da política, mas as suas movimentações, acordos e como esta se transforma em resultados concretos para a comunidade.
Pode-se deduzir que o Ibiá era a“rede social” dos anos 80/90. Para saber o que estava acontecendo na cidade, só havia um modo: aguardar a chegada do Jornal às casas ou bancas. Nas mãos dos leitores, o relato de grandes e pequenos eventos (bailes, shows, competições esportivas), e reportagens contundentes no “Caderno Bairros”. Um capítulo especial para a editoria “Destaques Empresariais”. Textos contando o sonho de muitas famílias, concretizado através da abertura e o crescimento de seus negócios. Incontável a quantidade de firmas que o Jornal contribuiu para alavancar nestes quarenta anos, que prosperaram mesmo diante das dificuldades de sempre, tornando-se a “cara” da economia de Montenegro.
Sabe-se lá como o jornalismo vai se materializar no futuro. Especulações são inúmeras: continua em papel e nas telas; poderá ser visto através de óculos 3D; quem sabe consumido em pílulas, e até mesmo num formato que ainda não foi inventado. O certo é que, enquanto existir no mundo uma só pessoa com fome por bons textos, o Jornalismo não deixará o samba morrer. E o Ibiá vai continuar dando show na passarela.