A preocupação em andar na rua, e não mais somente durante à noite, faz parte da rotina do brasileiro. Os índices da criminalidade, atualmente, não crescem apenas nas grandes cidades, mas também no interior. Os recentes assaltos na localidade de Santos Reis, apenas para citar dois exemplos, em Montenegro, deixam isso claro. E uma pergunta, nesse contexto, precisa ser feita (de preferência em voz alta): qual a nossa parcela de responsabilidade para o aumento da violência?
A resposta, embora desagrade, é: muita. Quando compramos produtos sem procedência, por exemplo, estamos incentivando os roubos e furtos. Talvez esse ato, por querermos levar vantagem financeira, possa até levar a um latrocínio. Afinal, hoje em dia, vidas são trocadas por um par de tênis ou celular.
O tráfico de drogas, alimentado por dependentes químicos ou por quem usa entorpecentes apenas de forma recreativa, também incentiva toda a sorte de crimes. Inclusive contra eles. Não raros são torturados ou executados.
Um dos graves problemas do Brasil foi a aceitação, de maneira até jocosa, do “jeitinho brasileiro”. Isso nos deu uma espécie de salvo-conduto para cometermos pequenos deslizes, burlarmos regras e até cometermos crimes. Isso não precisa ser mais assim. O errado é errado. Ponto. Não existe “meio legal” ou “meio certo”.
Também é importante não deixarmos os pequenos crescerem com essa visão. Lógico, a correria do dia a dia dificulta darmos aos nossos filhos a devida atenção. Entretanto, isso não pode ser desculpa. É imperativo conversarmos, auxiliarmos, mostrarmos o caminho do bem e, acima de tudo, servirmos de exemplo aos nossos filhos.
Furar a fila, praticar bullyng com um coleguinha ou deixar de ceder o lugar a idosos não são atitudes aceitáveis. Exatamente por isso, precisam ser repreendidas. As crianças não podem virar adultos com a impressão de ser normal transgredir leis e regras. Isso, em última análise, reflete no aumento da criminalidade.
Uma sociedade mais pacífica é possível e passa, necessariamente, por uma mudança de comportamento. Cada um fazer a sua parte é um belo começo. Isso, claro, sem esquecer de cobrar das autoridades o cumprimento do seu papel. Podemos contribuir de forma efetiva, mas, sozinhos, não vamos resolver o grave problema da segurança.