Uma das grandes críticas dos montenegrinos à administração municipal sempre foi o tratamento dispensado aos animais de rua. Ano após ano, ONGs e protetores independentes se desdobram para atender cães, gatos, cavalos e até outros bichos em sofrimento. O abandono, a negligência de cuidado e o alto custo para recuperar os animais sempre foi evidenciado e ignorado pelos políticos que passavam pelo Palácio Rio Branco ou pela Usina Maurício Cardoso.
Diante desse cenário, o anúncio de R$ 350 mil destinados a esse fim este ano é uma vitória para os amantes da causa e também a toda a sociedade. Os recursos serão aplicados nas castrações – que reduzem a população de animais de rua – e nos procedimentos de saúde necessários, como casos de atropelamentos, queimaduras, exames, etc. Pode parecer preciosismo investir dinheiro em animais, quando há, ainda, necessidade de mais investimentos em saúde, educação, segurança e infraestrutura. A questão é mais delicada do que parece.
O controle populacional dos animais também é uma medida de saúde pública e segurança aos cidadãos. Os bichos de rua podem transmitir doenças, causar acidentes de trânsito e até atacar pessoas. Como, infelizmente, não há possibilidade de garantir que todos tenham um lar, a castração evitará que os cães se reproduzam indiscriminadamente, reduzindo esses riscos.
O fato de os recursos terem vindo através da união entre Executivo e Legislativo é um bônus que precisa ser atentamente observado pelos montenegrinos. É a prova de que mesmo poderes distintos conseguem atuar em conjunto. Isso não significa a ausência de fiscalização por parte dos vereadores ou que o prefeito deva deixar de vetar algum projeto que não seja conveniente ao município. Pelo contrário, o esforço coletivo é o que se espera de uma administração voltada aos interesses do cidadão, e essa diz respeito a todas as instâncias de poder. Por isso, a união em prol dos animais é uma medida digna de aplauso e que deve ser repetir para atender às grandes e antigas demandas da cidade.
