Uma segunda chance na cadeia

O perdão é um dos princípios básicos para a vida em sociedade. Porém, nos loucos tempos em que vivemos, esse princípio foi deixado de lado para dar lugar ao linchamento sem clemência. Já sentenciados pela Justiça, muitos presos seguem sendo julgados pela sociedade. Na Penitenciária Modulada de Montenegro, parte deles busca, com o suor e o aprendizado de um ofício, a sua absolvição e guardam neles as esperanças de um futuro melhor.
Trabalhando numa oficina dentro dos altos muros da prisão, os presidiários buscam muito mais do que se aproximar da liberdade – cada três dias de trabalho reduzem um da pena – ou de ter uma renda, já que familiares vendem os artigos por eles produzidos. Querem construir um novo futuro para quando finalmente pagarem pelo crime que cometeram, como prevê a Constituição. Esse novo horizonte é buscado costurando mochilas, tapetes e diversos outros itens que possam ser feitos a partir dos retalhos que são doados para a Modulada.
Obviamente que isso não apaga os crimes que cometeram e nem consola os familiares daqueles que assassinaram. Mas pelo menos deixa a esperança de que não estão ali apenas comendo e dormindo às custas do contribuinte. E, principalmente, que estão recebendo lá dentro uma chance de saírem melhores do que entraram. Afinal, é exatamente isso que se deve esperar do sistema penitenciário.

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